quarta-feira, 19 de setembro de 2012

Movimento Estudantil Classista: Em defesa do estudante trabalhador

 Publicado no jornal AVANTE! nº08


A discussão acerca das dimensões de classe no Movimento Estudantil ainda permanece pouco desenvolvida. No geral, a estudantada sequer compreende o que seja o “classismo”. Nosso objetivo com este pequeno artigo é discutir a realidade dos jovens estudantes brasileiros, caracterizando sua existência em relação ao mundo do trabalho, dentro da dinâmica que a sociedade imprime no interior do sistema de ensino. A partir disso, mostrar que os estudantes são uma fração da classe trabalhadora (sua dimensão de classe), e finalizar com apontamentos de quais devem ser os eixos de nossa organização e bandeiras reivindicativas.
O papel da educacão na sociedade

O sistema educacional reflete em seu interior todas as contradições da sociedade que o cerca. E em cada período histórico, a educação é reprodutora das condições de manutenção desta mesma sociedade, seja em termos ideológicos, econômicos, políticos etc. Dizemos, assim, que ela é determinada pelas condições sociais exteriores a si, e ao mesmo tempo ajuda a reproduzir estas condições para que a sociedade permaneça como tal.

A sociedade capitalista, por sua vez, necessita que a educação cumpra, grosso modo, duas funções:

Nem Enem, nem Vestibular: Acesso Livre Já!

 Publicado no jornal AVANTE! nº08



O Enem (Exame Nacional do Ensino Médio) é um vestibular que tem como objetivo filtrar a entrada dos estudantes no Ensino Superior, sendo ele público ou privado. É defendido por seus criadores como uma prova de maior aproximação com o cotidiano dos estudantes, sem necessidades de “decoreba” e, com isso, se tornaria um meio mais democrático de acesso ao Ensino Superior. Porém, a mediação para o ingresso ao Ensino Superior continua com o Vestibular, o qual tem como linha principal a meritocracia, ou seja, funciona para aqueles que conseguiram receber um ensino de qualidade e não para todos, a despeito de capacidades intelectuais.

O Enem foi criado em 1998, no governo FHC, com o intuito de

O velho se vestindo de novo: A velha cultura política colocada como nova no interior das Faculdades e Universidades Pagas

Publicado no jornal AVANTE! nº08

As Faculdades e Universidades Pagas no Brasil representam um percentual considerável de Instituições de Ensino Superior, mais de 85% das IES. Este crescimento exacerbado é parte integrante da política neoliberal na educação a qual favoreceu o aparecimento das mesmas, assim como seu fortalecimento. Essas instituições são gerenciadas, na maioria dos casos, numa perspectiva comercial e de poder centralizado fazendo com que a participação da comunidade acadêmica nas deliberações referentes à própria Faculdade ou Universidade seja quase nula, contribuindo assim para a falta de mobilização dos(as) estudantes e trabalhadores(as) em torno de pautas comuns.

Analisando esta conjuntura, levando em consideração que

Greve geral na rede federal de educação

 Publicado no jornal AVANTE! nº08

Marcha Nacional em Brasília (05/06/12) - Ao término do ato, impedidos pela PM de entra no MEC, estudantes apredejaram as vidraças do órgão. Neste mesmo dia, o CNGE fez sua primeira Plenária.
 
A atual experiência das greves do ensino superior evidenciou a força potencial, mas também as fraquezas dos movimentos estudantil e sindical da educação no Brasil. O movimento iniciou-se com um crescente de paralizações que atingiu praticamente todas as universidades federais além de institutos federais, formando-se Comandos Nacionais e Locais de Greve dos docentes, técnico-administrativos e o singular Comando Nacional de Greve Estudantil (CNGE).

Esta greve, porém, por parte dos docentes e técnicos, decorre em parte da

Aprovação dos 10% do PIB para educação: Vitória da burguesia!

Publicado no jornal AVANTE! nº08

No dia 26/06/12, foi aprovada pela Câmara dos Deputados a destinação de 10% do PIB brasileiro para a educação. Essa aprovação é resultante também de uma campanha sustentada tanto pelo governismo (UNE, UBES e outras entidades), como pelo paragovernismo (PSTU/Anel, PSOL/OE-UNE), principalmente após o veto da meta de aumento do financiamento para a contemplação do Plano Nacional de Educação (2011-2020). A campanha por 10% do PIB para a educação, figura como pauta histórica dos movimentos sociais, e sem dúvida, maiores verbas devem ser destinadas a educação pública. Porém, é importante que se perceba que o contexto de mutações do capitalismo inseriu a campanha em um mote neoliberal, colocando a verba, que ainda deve ser aprovada pelo Senado e por Dilma/PT, à serviço da burguesia.

A Rede Estudantil Classista e Combativa (RECC) vem apontando os limites dessa campanha, que

Opressões e Classe: o capitalismo necessita das opressões para mais lucrar

 Publicado no jornal AVANTE! nº08



As relações de propriedade e produção definem a sociedade dividida em classes e determinam quem serão os exploradores e os explorados. Para além da diferenciação de classes, existem ainda outras baseadas em diferenças de etnia, nacionalidade, gênero e geração. Mesmo tendo surgido em período anterior, o capitalismo se apropria dessas diferenciações e dá a elas um novo sentido – passam a ser uma ferramenta para acentuar o processo de domesticação e exploração dos não possuidores.

As ideologias dominantes usam dessas diferenças para

A luta contra o aumento da tarifa dos ônibus no Brasil: a necessidade de organização e luta independente

Publicado no jornal AVANTE! nº08



No primeiro semestre de 2012, ocorreram diversas lutas contra o aumento abusivo no preço das passagens por todo o Brasil. O reajuste ocorrido na maioria das cidades esteve acima da média do aumento da inflação e do salário mínimo. Tarifa abusiva significa lucro para as máfias do transporte, e para a população pobre, exclusão do acesso à direitos sociais e sua guetificação.

Contra esse ataque, trabalhadores, desempregados e estudantes de várias cidades do Brasil organizaram

Avança a militância Classista e Combativa no Ceará!

Publicado no jornal AVANTE! nº08


A RECC inicia em março de 2012 mais um trabalho de base. Filiado a Rede, o Coletivo LutaSociais/CE reúne estudantes de Ciências Sociais da UECE para lutar por uma universidade a serviço da classe trabalhadora. Esse é um primeiro passo na nacionalização do coletivo que possui um núcleo na UnB.

Na UECE, o 1º semestre foi marcado pelo