domingo, 9 de junho de 2013

Comunicado Nacional da RECC nº 15

Brasil, junho de 2013 - Comunicado Nacional da RECC nº 15

 PORQUE NÃO FOMOS AOS CONGRESSOS DA UNE E DA ANEL

 Quando em 2003 o Governo Lula tomou assento na presidência da Republica, a UNE já não era mais um símbolo de combatividade tal como fora durante o período da ditadura-civil militar (1964-1989). Neste período, organizações revolucionárias dirigiam esta entidade e foram ponta de lança no combate a ditadura. Porém desde 1979 com a Reconstrução da UNE, a entidade dava sinais progressivos de sua burocratização, sobretudo aceitando a política reformista de atrelar o movimento estudantil (ME) às candidaturas eleitorais estatais levada a cabo pela UJS (juventude do PCdoB), partido que desde então mantem-se quase intocável na diretoria da UNE. Mas foi com a eleição do PT ao Governo Federal que a UNE, junto a CUT, passaram a ser extensão do governo no movimento estudantil e sindical, respectivamente.
 Houve assim um salto de qualidade negativo, um marco de saturação e limite para atuação estudantil nesta entidade. A UNE assumiu um papel fundamental na defesa e aplicabilidade de projetos neoliberais para educação, tais como o PROUNI, FIES e REUNI. Diante da transição pacífica dos movimentos sociais à base de sustentação governista, ficou patente uma necessidade de re-organizar as lutas por fora dessa entidade a serviço do neoliberalismo. A reforma da previdência do Governo Lula em 2004 e a greve em resposta do serviço público federal prepararam as condições para a ruptura com a CUT que apoiou esta reforma neoliberal do governo. Suscitando também o debate sobre a necessidade de ruptura com a UNE governista para preparar as mobilizações estudantis.