quinta-feira, 9 de julho de 2009

POR UMA UECE DE QUALIDADE! Fora Cid Gomes! Abaixo o parlametarismo estudantil!

POR UMA UECE DE QUALIDADE!

Fora Cid Gomes! Abaixo o parlamentarismo estudantil!




No ultimo dia 3 de julho o governador do Estado do Ceará, o oligarca Cid Gomes, esteve na UECE para inaugurar uma reforma na estrutura física da biblioteca. No entanto, mais de 600 estudantes e professores o esperavam com muita indignação, devido à extrema precarização ao qual esta universidade está submetida.


O governador do estado que vem aprofundando a política de seu antecessor Lucio Alcântara, já demonstrou ao que veio ao se negar a negociar com os professores, em greve, do ensino básico do estado. Paralelamente, o governador vem construindo um aquário de 250 milhões de reais e construindo estacionamentos para a copa do mundo, enquanto sua população vive cada vez mais miserável. Em meio a tudo isto, vemos uma UECE sucateada que precisa urgentemente se recompor por meio das lutas estudantis.


Esta situação da UECE é explicita até para o observador mais desatento, pois os problemas são inúmeros, como estrutura precária dos blocos; falta de um grande número de professores, por que há muitos anos não há concurso publico para professor efetivo; podemos lembrar que também há vários anos não há concurso para funcionários e que existe uma extrapolação de funcionários terceirizados e uma expansão de bolsas de trabalho, nas quais os estudantes passam a fazer o serviço dos funcionários, ao passo do número reduzidíssimo de bolsas de pesquisa e extensão, em que podemos citar o caso do projeto Nascente, no qual havia uma escola anexada ao campus que tinha suas aulas ministradas por diversos alunos das licenciaturas, mas foi vetada devido à ação da prefeitura de Fortaleza, que tomou para si a escola e tirou todos os professores bolsistas da regência de sala.


Outros problemas como os laboratórios defasados (onde, por exemplo, no dia 22 de junho de 2009, o laboratório de técnica dietética do curso de Nutrição localizado no bloco D sofreu um incêndio); inexistência de uma política de assistência estudantil; R.U precário (onde a construção do novo Restaurante Universitário conseguido através de greve de estudantes em 2005, estava paralisada); acervo bibliográfico desatualizado, onde ressaltamos que apesar da reforma na estrutura da biblioteca (que durou quase dois anos e passou três meses fechada e só foi aberta devido a luta dos estudantes), não chegaram livros novos; aulas de campo são feitas em transportes sucateados, ao mesmo tempo em que os estudantes não recebem nem uma ajuda de custo; cursos novos que não tem a mínima estrutura, como no caso do curso de Psicologia que não tem um serviço de psicologia aplicada (SPA), bem como outros cursos mais velhos como Educação Física que não tem um complexo poli - esportivo e o curso de Medicina Veterinária que não tem um Hospital Veterinário;


Podemos ainda lembrar que na referida universidade não existe nenhuma “democracia”, muito menos autonomia estudantil, visto que a única autonomia que o Estado cede é a financeira, entregando a universidade nas mãos da iniciativa privada, que em grande parte se dá através dos Institutos (IEPRO) e dos cursos pagos que são reflexos do projeto privatista e do total descaso do Estado com nossa universidade.


Diante de todos esses problemas acreditamos que a mobilização foi bastante válida e necessária, principalmente por mostrar a vigência do poder estudantil de reivindicação através do método de ação direta, ressaltando o protagonismo estudantil e a possibilidade da construção da luta, sem esperar que outros resolvam nossos problemas.


Acreditamos que o ápice da luta se deu quando os estudantes presentes rechaçaram a proposta do professor Eudes Baima (Sinduece / O Trabalho do PT) juntamente com a corrente majoritária do DCE, o coletivo transformar o tédio em melodia (TTM), de formar uma comissão para negociar com o governador. Os estudantes então, lançaram a proposta de uma audiência no auditório central em que todos pudessem estar presentes.


Nesse momento, acreditamos que é importante caracterizar o coletivo supracitado para que os processos se tornem mais claros. O coletivo TTM vem se organizando há vários anos em torno do M.E. Esse grupo não é isolado, pois faz parte de uma corrente de organização nacional chamada de Frente de Oposição de Esquerda da UNE – FOE. Podemos claramente falar da aproximação tanto nacional como a nível local da FOE com o PSOL, um partido reformista que sempre visa os processos eleitorais, ao invés da ação direta dos menos favorecidos contra o que os oprime.


Na UECE é perceptível a atuação deste grupo nos fóruns burocráticos da universidade, como colegiados, reuniões de conselho, negociações de cúpula com o reitor e etc. Nesta dinâmica, o referido grupo chega, muitas vezes, a desmobilizar o quadro geral de estudantes a lutar por melhorias na universidade prometendo acordos com a reitoria. Um exemplo claro foi dado pelo próprio Reitor Assis Araripe quando afirmou na audiência que dois membros do referido coletivo estiverem com ele na noite anterior, comunicando da mobilização e entregando as pautas de reivindicação. Vale salientar que a afirmação não foi rebatida por tais membros. Assim, na prática, o Reitor pode armar-se para responder as reivindicações, mesmo que através das velhas argumentações.


Nesse sentido, é de fundamental importância a permanência da mobilização dos estudantes, pois não podemos esperar entidades burocratizadas tocarem a luta. Ficou claro que o governador tratou os estudantes e professores da UECE como palhaços, afirmando que atividades econômicas, como o turismo, são mais importantes que a educação, pois a mesma gera um crescimento econômico ao Estado ao contrário da Educação.


Assim, convocamos uma ASSEMBLÉIA com todos os estudantes para quarta-feira dia 15 de Julho às 17h no espaço Elefante Branco para discutirmos as possibilidades da continuidade da mobilização e o avanço das lutas na universidade Estadual do Ceará.


Não podemos aceitar que eventos internacionais e obras faraônicas sejam feitas enquanto os serviços mais básicos como a educação não vêm sendo garantidos. Só a luta estudantil por fora do parlamentarismo estudantil pode modificar esse quadro:


-Voto universal para eleição de reitoria;

-Pelo Fim dos conselhos universitários- Eleição direta em todas as instâncias;

-Pela entrega já de um novo R.U de qualidade;

-Pela entrega já de um novo acervo bibliográfico;

-Pela entrega já do Hospital Veterinário;

-Pela efetivação dos funcionários terceirizados;

-Pela contratação de professores efetivos;

-Pela construção de um ginásio Poliesportivo;

-Por mais bolsas de pesquisa e extensão;

-Pela ajuda de custo em aulas de campo e eventos científicos;

-Por mais verbas a UECE;

-Pelo fim dos cursos pagos;

-Pelo fim do vestibular! Livre acesso já!


ASSEMBLEIA DIA 15 DE JULHO às 17h, NO ELEFANTE BRANCO

PELA ORGANIZAÇÃO DO MOVIMENTO ESTUDANTIL COMBATIVO; CONTRA OS ATAQUES DO GOVERNO CID A EDUCAÇÃO PÚBLICA!


RECC-REDE DE ESTUDANTES CLASSISTAS E COMBATIVOS