segunda-feira, 27 de setembro de 2010

Nota de solidariedade à luta dos estudantes argentinos!


"O segredo da vitória é o povo."

Marighella

“Contra a intolerância dos ricos, a intransigência dos pobres. Não se deixar esmagar, não se deixar cooptar. Lutar Sempre!”

Florestan Fernandes

Nas últimas semanas os estudantes argentinos têm dado um exemplo de organização, combatividade e classismo ao conjunto dos estudantes da América Latina ao defenderem a educação pública dos ataques do governo Macri e Kirchner. Essa capacidade política dos secundaristas e universitários de Buenos Aires se manifesta através da ação direta com as ocupações e tomadas de escolas e faculdades sob controle estudantil, que até o momento são 30. Essa capacidade de mobilização que dura mais de um mês está sendo constantemente sabotada através da criminalização das ocupações pelo governo e a mídia burguesa. Essa criminalização da ação direta estudantil objetiva criar uma base legal para potencializar a repressão do aparelho policial de Estado e desarticular a luta em seu elo principal que são as ocupações, deixando a combativa juventude portenha sem um instrumento de pressão política sobre o governo.

O auge das mobilizações ocorreu no ultimo dia 16 de Setembro, quando ocorreu uma grande mobilização em homenagem aos desaparecidos na "Noite do Lápis", nome da operação militar que ocorreu a exatos 34 anos durante o periodo da ditadura Civil-Militar Argentina. Essa operação torturou e matou 6 estudantes secundaristas, deixando outros tantos feridos, que lutavam em defesa do Passe-Livre estudantil.Estima-se que a manifestação do ultimo dia 16 contou com cerca de 40 mil manifestantes entre estudantes e trabalhadores, na aliança operária-estudantil, nas ruas de Buenas Aires. Lutando em defesa da Educação Publica contra o Governo Kirshiner e prefeito Macri.

Nós, estudantes secundaristas e universitários brasileiros, pertencentes a coletivos de curso, oposições de base e grêmios agrupados nacionalmente na Rede Estudantil Classista e Combativa (RECC), nos solidarizamos com a luta da juventude argentina na defesa de seus direitos. Nesse momento na Argentina está se mostrando na luta de classes a vitalidade política e a potência popular das organizações de base, da aliança operária-estudantil nas assembléias unitárias com os trabalhadores da Kraft-Terrabusi, Roca, Paraná Metal e Felfort, e o poder de fogo da ação direta. Na velocidade que está se dando a luta e o acúmulo de forças que se desenha não tardará para surgirem dos setores pelegos saídas burocráticas e conciliadoras. Enviamos desde o Brasil nossas saudações classistas aos estudantes argentinos na torcida para que não capitulem aos meios legalistas e corporativos que tanto retrocedem a luta. A vitória dos estudantes da Argentina será uma vitória de todos os estudantes latinoamericanos. A melhor maneira de se solidarizar com a juventude portenha nesse momento é levar para as bases do movimento estudantil brasileiro o exemplo de organização e luta dos camaradas argentinos. Desde já dizemos, nenhum passo atrás, AVANTE!

Brasil, 27 de setembro de 2010.


Rede Estudantil Classista e
Combativa - RECC


sexta-feira, 10 de setembro de 2010

30º ENEPE:


A luta contra o retorno do governismo e do parlamentarismo no movimento estudantil de pedagogia



Aconteceu no mês de julho, em Brasília, o último Encontro Nacional dos Estudantes de Pedagogia (30º Enepe). O encontro realizou-se num período onde seria importante aprofundar e qualificar a luta dos estudantes de pedagogia contra os ataques do Governo Federal à educação e à profissão de pedagogo, e para isso dar continuidade à ruptura com o governismo, representado pela UNE (União Nacional dos Estudantes) no movimento de curso que se desligou à entidade há 4 anos. Todos esses pontos foram ressaltados e levantados na primeira atuação da RECC no ENEPE para que o curso de Pedagogia continue sendo vanguarda no combate ao governismo, que repudie o oportunismo e o parlamentarismo.

Porém, muitos problemas organizacionais do encontro prejudicaram um debate aprofundado sobre concepção de movimento estudantil de pedagogia, como foi o caso de algumas das mesas, que foram de péssima qualidade (educacionistas, pós-modernas, reformistas etc), mesmo que algumas outras mesas tenham sido boas como a de regulamentação da profissão, contando até com altas autoridades governamentais e políticos de partidos eleitoreiros, não colaborando em nada com a luta dos estudantes que sofrem o dia-a-dia da precarização e privatização do ensino público do país. Além disso, a atuação vergonhosa de grupos que representam o que há de mais pobre no Movimento Estudantil, como a UJS, máfia da UNE, que tentaram, através de manobras, levar o movimento de pedagogia de volta para as mãos do parlamentarismo e do governismo, imobilizando a luta combativa dos estudantes.


Esses grupos que apóiam cegamente os ataques do governo (e recebem muito dinheiro para isso!) não representam a voz dos estudantes lutadores e trabalhadores, tanto é que suas tentativas de modificação do estatuto foram negadas até mesmo com a plenária final esvaziada. Chegando ao ápice de caluniar na plenária final uma militante da Executiva Nacional de Pedagogia e do ‘Campo de Luta da Pedagogia’, sob uma falsa polêmica de que ela "não estaria seguindo corretamente o papel da executiva" no intuito claro de criminalizar os estudantes combativos do nosso curso. Aproveitando o esvaziamento da plenária final conseguiram aprovar uma injusta sanção.

Um momento do encontro de grande significado foi o ato que contou com cerca de 400 estudantes na sede do MEC. Houve fechamento de rua e os estudantes provaram o descontentamento com o ministro capacho das instituições financeiras mundiais que tira dinheiro da educação e privatiza o ensino público. O ministro capacho não recebeu os estudantes pois “estava em reunião”. Nesses momentos o oportunismo da UNE se recolhe, traindo a luta verdadeira dos estudantes.

Nós da RECC, achamos necessário construir um movimento de pedagogia a nível nacional que se paute pelas bandeiras do classismo, ação-direta e anti-governismo. Essa construção deve se construir em locais e congressos de base, como o Enepe, combatendo tanto o governismo (UNE, PT), quanto o para-governismo amorfo (PSTU, PSOL) que não representa uma ruptura com as entidades governistas.


Abaixo o governismo e o parlamentarismo do movimento estudantil de pedagogia! Fora UNE reformista!

Por um movimento estudantil de pedagogia classista e combativo!

segunda-feira, 6 de setembro de 2010

Campanha Nacional "NÃO VOTE! LUTE!"


A democracia burguesa é uma farsa, só a luta popular trará vitórias!


Direcionamos este comunicado ao bravo povo brasileiro, trabalhadores do campo e da cidade, que lutam diariamente para sobreviver nesse sistema capitalista moedor de vidas, que aprofunda a super-exploração e a repressão contra a as massas proletárias, jogando em cima dos trabalhadores do mundo inteiro o peso de mais uma crise do capital, buscando, através da intensificação do trabalho, das demissões, das operações de guerra policial contra o povo nas periferias, das terceirizações e retirada de direitos (trabalhistas, sindicais, etc) iniciar um novo processo de acumulação de capital, enchendo “o bolso” dos grandes capitalistas e dos ultra-monopólios.


O Estado burguês é um instrumento da classe dominante para a opressão dos trabalhadores!


O fundamental a ser pontuado é que a “tática eleitoral” subordina o proletariado e suas organizações à política burguesa, jogando-o nas trincheiras do inimigo. O papel histórico desempenhado pelo reformismo do PT/PCdoB foi garantir a transição pacífica do movimento sindical-popular para os interesses do Estado e do capitalismo, seu papel foi de contenção da luta de classes e de colaboração com o governo e a burguesia. Os posicionamentos políticos governistas e pelegos da Central Única dos Trabalhadores (CUT) e da União Neoliberal dos Estudantes (UNE) e a transformação de tais organizações em porta-vozes do governo e da patronal são uma prova disso.

O exemplo da “traição” do PT é a forma mais desenvolvida e atual de explicar o caminho da conciliação de classe a partir da “tática eleitoral” de tomada do Estado burguês. Porém, o aspecto da “traição” do PT, não é um fenômeno senão muito secundário, o que realmente importa para tal análise são as opções políticas reformistas escolhidas pelo PT e o movimento sindical-popular na década de 80, que agora se manifestam em sua total incorporação dentro da estrutura burguesa do Estado e nos ataques neoliberais desferidos pelo Governo Lula/PT, conjuntamente com a burguesia nacional e internacional, contra a classe trabalhadora.

O sistema político Estatista possui em sua estrutura os mecanismos de defesa e desenvolvimento da exploração e da opressão capitalista sobre os trabalhadores, reproduzindo em sua estrutura as tendências gerais de centralização de poder nos partidos mais ricos, monopolização de recursos e propaganda, burocratização, etc. Na verdade o dito sistema democrático brasileiro não é nada mais que uma farsa para a classe trabalhadora e o povo pobre, não servindo em nada aos seus interesses imediatos e históricos enquanto classe. A desigualdade econômica, expressa na exploração cotidiana dos trabalhadores, impede a realização de uma igualdade política verdadeira. As “modificações políticas” dentro da atual estrutura do sistema capitalista, tal como as propostas da “direita” (PSDB, PMDB, PV, etc) e da “esquerda” (PT, PCdoB, PSOL, PSTU, etc) de diminuição de gastos públicos, fechamento do senado, etc. será sempre uma farsa, uma forma de se fazer perpetuar a desigualdade econômica, social e, portanto política, sob o manto retórico da “mudança”. As “eleições” na democracia burguesa, acorrentadas pelas forças econômicas do capitalismo e pelo próprio caráter da organização do Estado, produz necessariamente “Governos” que servirão ao interesses da burguesia e do Imperialismo. Eleições não mudam nada! NÃO VOTE! LUTE!


Só a organização e a luta classista podem traçar um caminho vitorioso!


Nós trabalhadores e estudantes, afirmamos que o único caminho real para a vitória das demandas imediatas e históricas da classe trabalhadora é a organização e a luta sem trégua contra a Burguesia, seu Estado e seus diferentes Governos. Devemos separar as organizações proletárias (Sindicatos, movimentos populares, entidades estudantis, etc.) das organizações da burguesia (Estado, entidades patronais, ONGs, etc.), assim como compreender seus interesses divergentes, pois, só com independência de classe e a luta popular combativa (sem conciliação!) é possível construir uma força capaz de conquistar nossos direitos hoje e um futuro melhor para o nosso povo amanhã.

É importante no atual momento da luta de classes, combater o governismo e o reformismo no movimento de massas brasileiro (denunciando o papel eleitoreiro da CUT, da UNE e da CMS). Paralelamente a isso, devemos traçar como estratégia a construção de um movimento nacional de oposições sindicais, populares e estudantis, com um caráter combativo e anti-governista, que possa reorganizar a luta de nossa classe e construir a greve geral contra as reformas neoliberais!



- Constroem a Campanha “Não vote! Lute!”:


Rede Estudantil Classista e Combativa – Brasil

Fórum de Oposição Sindical, Popular e Estudantil - DF

Oposição CCI ao DCE-UnB

Coletivo de Geografia Território Livre – UnB

Coletivo LutaSociais – UnB

Grêmio Classista, Revolucionário e Independente do CEAN – DF

Oposição Combativa Estudantil Independente ao Grêmio do CEM 01 – DF

Oposição Classista e combativa ao DCE – UFC

Coletivo Serviço Social em Luta! – UFF

Coletivo LutaSociais – UFF




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Divulge o manifesto (acima) e o cartaz da campanha "Não vote! Lute!":