sexta-feira, 11 de junho de 2010

Movimento de Curso de Sociologia - Lutas Sociais - UFF


Chamado para a construção do
Coletivo Lutas Sociais/UFF!


1) O Movimento Estudantil de Ciências Sociais e seu imobilismo

O movimento estudantil como um todo e o de ciências sociais especificamente se encontram estagnados e burocratizados. Isso fica claro na ausência de mobilização e lutas. Antes de falarmos da importância de DA's, CA's, grêmios e formação de oposições combativas e classistas, se faz necessário falar os motivos que geram o imobilismo e a burocratização que caracterizam o atual movimento estudantil.

O M.E é formado majoritariamente pelas correntes ligadas ao governismo (UNE – PC do B/UJS e PT) e pelas correntes reformistas e para-governistas (OE- UNE / ANEL- PSTU). O primeiro setor legitima e reproduz a política neoliberal do governo Lula. Percebemos essa postura, por exemplo, quando este setor defendeu e ainda defende o REUNI em todas as Universidades Federais e o PROUNI em todas as Universidades Privadas gerando, assim privatizações e sucateamentos .

Já os setores reformistas fazem uma oposição camuflada ao governismo, pois não conseguem (e parecem nem querer) romper com o mesmo. Exemplos disto não faltam: 1) a luta oportunista contra o REUNI, uma vez que não impulsionou uma luta combativa para barrar o projeto, ao passo que depois de aprovada não fizeram mais nenhuma crítica contundente e propositiva; 2) nas diversas ocupações que ocorreram nos anos de 2007 e 2008 (USP, UFF e UNB) as quais no momento ápice fizeram a política de esvaziamento; 3) nos piquetes contra a expansão do ICHF-UFF em 2008, quando apostou fichas na burocracia universitária, ao invés de impulsionar uma luta radicalizada que já havia sido iniciada como Assembléias Comunitárias e piquetes, etc. Dessa forma, esta “oposição” se mostra meramente legalista, tal qual é feita por estes partidos numa esfera macro, isto é, a nível municipal, estadual ou federal. A essa prática burocrática chamamos de parlamentarismo estudantil que, na maioria das vezes, buscam seus cargos políticos nas diferentes esferas.

Tais setores se caracterizam também pela prática do cupulismo, isto é, por fazer acordos de cúpulas, em detrimento da base, tirando desta forma o protagonismo dos estudantes, que é a sua capacidade de luta direta pela transformação social. Isso mostra o apego que tais correntes possuem pelas direções de entidades. Essas características, dentre outras, produz/reproduz um movimento estudantil burocrático e pelego.


2) O DACS-UFF: “autogestão por autogestão” gera imobilismo e individualismo

Desde o final da década de 90 ocorre uma disputa política e ideológica pela organização do DACS. Esta é caracterizada por aqueles estudantes que reivindicam a autogestão ou gestão coletiva (1) e aqueles que defendem a democracia representativa aos moldes eleitoreiros e na maioria das vezes estão dentro das correntes políticas mencionadas anteriormente.

Nesta disputa, os primeiros levaram a melhor e desde 2003/2004 existe um estatuto que orienta e regula o DACS. Este estatuto prioriza a participação e a discussão de idéias, evitando assim as boiadas (pessoas que participam por coleguismos e/ou por não saber exatamente do que se trata exatamente) e as práticas cupulistas. Nestes anos, o DACS participou de muita lutas combativas (greve de 2005, piquetes de 2008, etc.), realizou encontros regionais, nacionais, semana de ciências sociais, debates, cine-raimundã o, além de sempre ter difundido e levado uma política que rompesse com o governismo. O exemplo disso foi o rompimento com a UNE em 2005.

Porém de uns 2 anos para cá o Diretório Acadêmico cada vez fica mais esvaziado: 1) pela política de boicote, personalista e oportunista realizada, principalmente, por alguns militantes do PSOL; 2) e pelo ideário “o DA é de todos e aqui cada um faz o que quiser” presente em estudantes independentes que tocam o DACS sem nenhuma organização e orientação política, criando e reproduzindo a um individualismo liberal.

A gestão coletiva ou autogestão só funciona quando tal entidade é organizada e alinhada a uma orientação específica, onde os estudantes tenham disciplina e responsabilidade coletiva, o que não ocorre há muito tempo.


3) A necessidade de CA's, DA's, grêmios e oposições combativas e classistas

Nesse contexto, é fundamental que os estudantes sinceros e com vontade de mudar a sociedade se aglutinem para disputar as entidades mencionadas (se estas abrirem espaço para participação) ou então formem oposições classistas e combativas para tocar a luta e assim também disputar a entidade.

Dessa forma, o Coletivo Lutas Sociais nasce com o objetivo de aglutinar os estudantes sinceros e que querem lutar, não só pela mudança do quadro em que se encontra o DACS, mas também pelas demandas de nosso curso, bem como as demandas da universidade como um todo. Temos como princípios: 1) ação direta; 2) anti-governismo; 3) democracia de base; 4) solidariedade de classe, pois entendemos que os estudantes são uma fração da classe trabalhadora.

Defendemos para as Ciências Sociais: 1) mais disciplinas a noite, pois o estudante-trabalhad or quer estudar; 2) maior oferta de disciplinas optativas; 3) contratação de professores/ abertura de concursos ; 4) contra a fragmentação do curso

Bandeiras para Universidade: 1) fim do vestibular, acesso livre já; 2) aumento de bolsas; 3) melhoria do bandejão; 4) reforma, aquisição de novos exemplares e ar-condicionado na Biblioteca; 5) moradia estudantil já; 6) contratação de professores e técnicos administrativos/ abertura de concursos; 7) integração dos terceirizados ao quadro do servidor público e o fim destes “servições” terceirizados; 8) fim dos cursos pagos e das fundações privadas; 9) abaixo o CUV; pela realização das assembleias comunitárias; 10) passe-livre universitário irrestrito.




Não a esta universidade elitista!

Por uma universidade à serviço do povo!


Construir o movimento estudantil classista e combativo!!!

Fim do vestibular já!!!

Construindo a Rede Estudantil Classista e Combativa



OUSAR LUTAR, OUSAR VENCER!


(1) Neste grupo há estudantes que estão participando de alguma organização e outros intitulados como independentes.

quarta-feira, 9 de junho de 2010

Movimento de Curso de Geografia - UnB: Território Livre


COLETIVO DE GEOGRAFIA


“TERRITÓRIO LIVRE”

"Saber pensar o espaço, para saber nele se organizar, para saber nele combater... Afinal, nem toda região montanhosa e arborizada é Sierra Maestra."
Yves Lacoste, geógrafo francês.


O quadro atual do ensino superior brasileiro é alarmante. A Reforma Universitária do Governo Lula/PT demonstra que mesmo sendo aplicada de forma fragmentada faz parte de um todo articulado, aprofundando o processo de apropriação capitalista das Instituições de Ensino Superior. Tal afirmação tem sua comprovação no caráter de programas como o Prouni, que transfere as recursos públicos para o empresariado das faculdades privadas; o recente repasse de $ 1 bi do BNDES para as “privadas”; a Lei de Inovação Tecnológica que transforma a universidade em espaço de produção de ciência para empresas; a proliferação das fundações privadas e cursos pagos; o REUNI que visa a precarização da educação e do trabalho nas Universidades Públicas com o aumento de vagas sem infra-estrutura e professores/funcionários suficientes. A Luta em Defesa dos Trabalhos de Campo na geografia se torna fundamental, portanto, dentro de uma luta maior contra precarização da educação e CONTRA O REUNI.


Nosso coletivo e o CAGEA:

O Coletivo “TERRITÓRIO LIVRE” tem como objetivo primeiro estar iniciando um processo de mudança do nosso curso e principalmente do Movimento Estudantil de Geografia (MEGEO). É preciso mudar a concepção de Centro Acadêmico (CA) que atualmente possuem alguns estudantes, principalmente alguns “veteranos”, que acreditam ser o CA um lugar onde as pessoas individualmente (ou com um grupo de amigos) possam se apropriar do CA para realizar atividades particulares acima dos interesses que envolvem o curso e os estudantes de geografia de forma geral. Nós do Coletivo “TERRITÓRIO LIVRE” queremos um CA pra lutar!

Ao contrário de uma visão apolítica que acredita na neutralidade, nós acreditamos que uma entidade como o CA está sempre caminhando em uma direção, porém, essa direção deve ser democraticamente eleita, através do voto com disputa de chapas, onde obviamente, as assembléias gerais de curso tem caráter fundamental para o andamento da luta como órgão de deliberação máximo; para aumentar a participação devem ser criados Grupos de Trabalho (GT’s) abertos a qualquer estudantes interessado em tocar as atividades do CAGEA. É necessário que o CAGEA saia do apoliticismo e da “porra-louquisse”, e isso só se dará combatendo a influência ideológica da burguesia dentro universidade, que paralisa as lutas e a organização coletiva dos estudantes.


Nós do Coletivo “Território Livre” defendemos um CAGEA que:

- Seja aliado da luta da classe trabalhadores do campo e da cidade, defendendo o CLASSISMO no caráter de nossas lutas ou na produção da ciência produzida no curso de Geografia;
- Aposte nos métodos de Ação Direta, tais como ocupações de órgãos públicos, fechamentos de ruas, paralisações unificadas com os trabalhadores (tal como na USP) que caminhem para uma greve geral da educação. Acreditamos que ao invés dos acordos de cúpula e parlamentaristas (privilegiados pelos partidos reformistas), a ação direta combativa é o único método que garantirá nossas pautas reivindicativas imediatas e históricas.
- Seja independente perante o Estado burguês e seus diversos governos, independente da burguesia e dos partidos políticos. Atualmente, com o advento do “petismo” vimos às maiores organizações estudantis e sindicais (UNE, CUT) virarem “correias de transmissão” das políticas neoliberais do Governo Lula, portanto é necessário aprender com a experiência, negando o parlamentarismo eleitoreiro e lutando pela independência das entidades de base.

Convocamos todos os calouros e demais estudantes de geografia a estarem cerrando fileiras conosco nessa batalha pela revitalização de um CAGEA classista e combativo, com democracia e luta. Fazemos esse chamado principalmente aos calouro por acreditar que atualmente no nosso curso existe uma luta do velho contra o novo, onde os calouros querendo participar e lutar são impelidos pelos veteranos reacionários a mesma dinâmica pequeno-burguesa de apatia e apoliticismo. Unam-se ao TERRITÓRIO LIVRE!


O Movimento Estudantil Nacional de Geografia

Atualmente no ME brasileiro existe o que se chama de “movimentos de área”, que agrupam os estudantes de determinado curso, no nosso caso o de Geografia. Mas o que se vê é que, longe de serem espaços para organizar as lutas dos estudantes, tais espaços dos Movimentos de Área como os Encontros Nacionais são verdadeiras colônias de férias pequeno-burguesas, onde desde a base se cria um clima festivo, de esvaziamento dos debates e das disputas políticas, onde os participantes não estão representando as bases organizadas e sim participam aqueles com tempo, dinheiro e vontade de “curtir a viagem”. O ENEG e o ME de Geografia se inserem em tais críticas, e a burocratização e a desorganização vão se aprofundando.

O Coletivo “TERRITÓRIO LIVRE” defende a necessidade também da (re)organização nacional do MEGEO. É necessário que o CAGEA saia do isolamento e se articule com um movimento combativo nacional de estudantes de geografia. Para iniciar tal processo de reorganização, nós defendemos como pontos fundamentais: a) A realização de um congresso de base nacional, com delegados eleitos em assembléia, para reestruturarmos nossa organização; b) A articulação de um movimento de oposição de GEA que tenha um programa classista e combativo e capacidade de organizar e combater a burocracia no movimento.


Geografia e Luta de Classes

Acreditamos que a luta por um Universidade Popular e a serviço da classe trabalhadora, do campo e da cidade, perpassa também pela luta acadêmica por uma ciência também a serviço do trabalhadores, e enquanto Geógrafos, por uma Ciência Geográfica Crítica e Revolucionária, que esteja lado a lado nos enfrentamentos do proletariado, produzindo uma Geografia verdadeiramente comprometida com a CAUSA DO POVO.

Atualmente, existe na universidade uma ideologia burguesa muito forte, que negando a verdade da luta de classes e o método materialista para análise da realidade confunde muitos estudantes com um ultra-relativismo teórico-político, fazendo com que se defenda o “fim das classes sociais“ e supostamente se colocando acima delas, em uma ilha de neutralidade e pluralidade, enquanto nosso povo morre de fome e na luta diária por uma vida melhor e mais digna. Mudar a realidade significa luta e combate, tal neutralidade e pluralismo não é nada mais que um posicionamento reacionário para manter as coisas tal como estão.

Os trabalhos de campo bem orientados teoricamente tem uma importância chave no ensino de Geografia, pois aproxima os estudantes da realidade de seu povo e do cenário da luta de classes, saindo do ambiente academicista e da ideologia burguesa colocados na universidade. São fundamentais para a garantia da qualidade do ensino e do tripé ensino-pesquisa-extensão, que há alguns anos as políticas neoliberais vêm destruindo através da Reforma Universitária, onde são criados curso de geografia sem a mínima estrutura, são cortados os ônibus e materiais dos que tinham anteriormente, etc.



Por uma Ciência Geográfica crítica e a serviço da causa do povo!

VIVA A AÇÃO DIRETA DOS ESTUDANTES E TRABALHADORES!

Junte-se ao Coletivo de Estudantes de Geografia TERRITÓRIO LIVRE!



“(...) a geografia, através da análise dialética do arranjo espacial, serve para desvendar máscaras sociais, vale dizer, para desvendar as relações de classes que produzem esse arranjo. É nossa opinião que por detrás de todo arranjo espacial estão relações sociais, que nas condições históricas do presente são relações de classes.”
Ruy Moreira



Email para contato: estudantes_classistas@yahoo.com.br

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