Nas semanas que
antecederam este 28º ENECS vivemos um verdadeiro levante popular em
nosso país. Os estudantes, junto ao proletariado marginal, juventude
pobre e setores médios da sociedade saíram às ruas protagonizando
ações massivas e radicalizadas na maioria das cidades e capitais do
Brasil, reivindicando melhorias na saúde, educação e
transportes.Frente a isso o atual processo de reorganização dos
estudantes de ciências sociais está diante de uma importante
questão: aprofundar o que nos mostram as ruas ou seguir os ditames
do movimento estudantil dos gabinetes.
Mas como agiram as
ruas? As mobilizações que tomaram país são um dos eventos mais
importantes de nossa história recente, vimos em algumas semanas o
povo cansado de promessas sair às ruas e atacar com pedras, ações
de resistência e enfrentamentos não apenas os aparatos do Estado
Burguês, mas principalmente os velhos métodos da esquerda
reformista. As conhecidas “voltas olímpicas” na esplanada dos
ministérios acordadas com a polícia ou das marchas visando à
sensibilização de parlamentares ficaram para trás, e por isso
mesmo tais atos foram tão efetivos e ameaçadores a elite
brasileira.
Não foi a toa que
partidos como PT, PSOL e PSTU, em busca de defender o velho caminho
institucional, fizeram coro junto a mídia burguesa condenando os
“vândalos”, buscando isolar os setores mais radicais. A agressão
por membros do PC do B a militantes anarquistas na manifestação de
11 de julho no Rio de Janeiro demonstram que as linhas que separam a
velha esquerda da direita são muito tênues. Hoje estes partidos
buscam controlar este movimento os colocando na velha correia das
entidades estudantis burocráticas como a UNE e a ANEL ou das
Centrais Sindicais pelegas como a CUT e a CSP-Conlutas.