Os
Encontros Estudantis tiveram seu surgimento na década de 1970, como
resposta à ampliação da repressão do governo militar de Médici,
que se utilizou de todas as forças para liquidar os lutadores do
povo que se puseram nas ruas contra a ditadura civil-militar. Os
estudantes passaram a se reorganizar através desses encontros,
buscando uma luta no interior das Universidades, mas que não se
limitava às estruturas dessas, e que pautavam também o combate à
ditadura. Aos poucos foram se consolidando os Encontros Nacionais
Estudantis de diversos cursos, que tinham como objetivo a discussão
política e de organização das bases.
Com o passar do tempo, o fim da ditadura e ainda a reorganização dos setores reformistas (PT, PCdoB, PCB), os encontros de área foram se modificando, se transformando em espaços de disputa eleitoreira e perdendo o caráter de discussão estratégica do Movimento Estudantil de base, resultando em um imenso espaço festivo e turístico, como é atualmente, e nas discussões políticas, local de disputa entre os diversos partidos e correntes governistas e paragovernistas (PT, PCdoB, PSOL, PSTU, PCO e PCB), que se nutrem dos aparatos, disputando as entidades a todo custo. Desde então, a construção de base tem sido deixada de lado, sendo valorizadas apenas as superestruturas, com características festivas e voltadas para que os estudantes possam viajar à baixos custos para cidades turísticas. A despolitização do estudantado e dos encontros, portanto, é também o resultado da maneira como os ENE’s têm sido conduzidos nos últimos anos.
Com o passar do tempo, o fim da ditadura e ainda a reorganização dos setores reformistas (PT, PCdoB, PCB), os encontros de área foram se modificando, se transformando em espaços de disputa eleitoreira e perdendo o caráter de discussão estratégica do Movimento Estudantil de base, resultando em um imenso espaço festivo e turístico, como é atualmente, e nas discussões políticas, local de disputa entre os diversos partidos e correntes governistas e paragovernistas (PT, PCdoB, PSOL, PSTU, PCO e PCB), que se nutrem dos aparatos, disputando as entidades a todo custo. Desde então, a construção de base tem sido deixada de lado, sendo valorizadas apenas as superestruturas, com características festivas e voltadas para que os estudantes possam viajar à baixos custos para cidades turísticas. A despolitização do estudantado e dos encontros, portanto, é também o resultado da maneira como os ENE’s têm sido conduzidos nos últimos anos.
As
jornadas de luta (2013-2014) e o MEHIS
No
ano de 2013, a partir de junho, presenciamos no Brasil uma
transformação no cenário de lutas, com diversas manifestações de
rua que chegaram à confrontos com as forças repressivas do Estado,
nos apresentando cenas bastante semelhantes as do período da
ditadura. Também houveram prisões arbitrárias, em que diversos
militantes foram presos em suas casas, juntamente com livros,
camisetas etc, considerados materiais perigosos. Nesse sentido, é
importante refletirmos sobre a importância dos encontros de área
para o novo cenário de lutas que se estabelece desde então.
O
XXXIII ENEH apresenta um bom tema para que essa discussão seja
feita, no entanto, não vale de nada se as discussões forem feitas
na superestrutura mas não chegarem às bases, garantindo a aplicação
das políticas definidas nacionalmente, em cada localidade. Tampouco
adianta que as discussões surjam somente no Encontro Nacional. Nós
da RECC (Rede Estudantil Classista e Combativa) defendemos a
construção das discussões previamente, nas bases, através dos
pré-encontros e também das estruturas locais e regionais, para que
o acúmulo seja levado à estrutura nacional, pois só assim há
participação efetiva da base e há retorno, possibilitando a
aplicação das políticas deliberadas.
O
ENEH deve ser espaço para análise e discussão das estratégias do
MEHIS (Movimento Estudantil de História) diante do novo cenário de
lutas no Brasil, convertendo a radicalização das ruas em
radicalização das lutas também no interior das Universidades, bem
como convertendo a radicalização nas Universidades às ruas.
Contudo, além da radicalização, é necessário pensar a
organização do MEHIS, de modo que os estudantes sejam agentes de
sua própria ação, e que a FEMEH (Federação do Movimento
Estudantil de História) seja o resultado da vontade e disposição
dos estudantes de História de todo o País, construída de maneira
democrática nas bases.
Nesse
sentido, também é necessário compreender o papel dos governistas
(PT e PCdoB) e paragovernistas (PSOL, PSTU, PCO e PCB), que estiveram
durante as manifestações tentando conter a fúria popular nas ruas,
defendendo manifestações pacíficas, chegando a ações mais
graves, como por exemplo a delação de militantes, demonstrando o
verdadeiro lado que assumem na luta de classes. Atualmente,
aproximado o período eleitoral, os paragovernistas tentam se colocar
favoráveis às lutas ocorridas, em defesa dos que acusaram
anteriormente de “vândalos”, pois pretendem, através desse
discurso, angariar votos da juventude combativa que esteve bravamente
nas ruas, enfrentando a repressão do velho Estado.
Sendo
assim, para uma construção partindo das bases, é necessário negar
e combater o oportunismo dos partidos eleitoreiros dentro das
estruturas do MEHIS, negar as estruturas e direções burocráticas
que esses tentam aplicar à FEMEH e às entidades de base em cada
localidade. Também é fundamental a (re)construção das estruturas
locais e regionais, aprofundando cada vez mais a discussão e
aplicação das políticas nas bases, em cada Universidade, em cada
cidade, em cada região, para a Federação.
A RECC tem se pautado na construção de oposições e coletivos de
curso locais, desde 2009, apontando a importância de um Movimento
Estudantil pautado na combatividade e em um programa classista, que
apresente uma alternativa ao atual modelo reformista e governista das
entidades estudantis. Nesse sentido, chamamos a construção do
Coletivo Tempo de Luta (CTL), com o objetivo de apresentar essa
disputa no MEHIS, partindo das bases, em cada localidade, combatendo
a burocracia estudantil, e pela reconstrução da FEMEH pela base!
POR
UMA FEMEH CONSTRUÍDA PELAS BASES! POR UM MEHIS DE LUTA!
FORA
UNE E ANEL! ABAIXO AS BUROCRACIAS ESTUDANTIS!
NÃO
VOTE! LUTE!!!
Nenhum comentário:
Postar um comentário