COBRIR DE SOLIDARIEDADE A OCUPAÇÃO NOVO PINHEIRINHO-DF ANTES QUE O
GOVERNO PETISTA EXECUTE UM BANHO DE SANGUE
Na
madrugada do dia 21 de Abril o MTST (Movimento dos Trabalhadores Sem Teto) ocupou
um terreno da TERRACAP situado na cidade de Ceilândia-DF. Inicialmente contava
com 300 famílias, hoje cerca de 1000 famílias já estão acampadas no local. O
crescimento e o ato da ocupação se justificam pelo grande déficit habitacional
na capital do país: apenas no programa habitacional do GDF, o “Morar Bem”,
existem 340 mil cadastros desatendidos, ou seja, de famílias sem moradia
própria. Outro motivo foi que o Governo Agnelo (PT) não cumpriu com o
compromisso de auxílios-aluguel, feito após a desocupação de outra área pelo
MTST em 2011. Além de que muitas famílias passam dezenas de anos na lista de
moradia da CODHAB, sem absolutamente nenhum retorno.
Tal
ocupação busca então cumprir o atendimento de uma necessidade da população
trabalhadora pelo direito básico à moradia, que o GDF se demostra incapaz de
resolver. Ao mesmo tempo, coloca em contradição a política do Governo
Agnelo-Filippeli (PT-PMDB), que prefere viabilizar a construção do Setor
Noroeste, cujo metro quadrado é um dos mais caros do país, enquanto milhares de
famílias sequer possuem moradia, por exemplo. Ou seja: o Governo constrói casa
para ricos e não atende a principal demanda habitacional, que são de famílias com
renda entre 0 a
3 salários mínimos.
Para
piorar, como previsto, o Governo petista entrou com pedido de reintegração de
posse, determinando a saída das famílias do Novo Pinheirinho até dia 05/05. No
entanto, contra-ofensivas do MTST como o bloqueio de duas rodovias em SP, e a tentativa
de ocupação do Palácio do Buriti, o trancamento do Eixo Monumental e as demonstrações
de resistência em Brasília fizeram a Justiça burguesa dar um pequeno “recuo”,
postergando para depois do dia 20/05 a reintegração.
Em
nota oficial do GDF, este afirma que “não
compactua com ilegalidades e nem vai permitir invasões de áreas e prédios
públicos”. Em entrevista, o Secretário Adjunto do GDF ameaça: “o ideal é que os invasores se retirem
espontaneamente. Caso contrário, teremos de apoiar a reintegração de posse”.
No entanto, muitas famílias não têm para onde ir caso sejam retiradas, e o
movimento decidiu, corretamente, resistir.
Isto
significa que o fantasma do desalojo, com a utilização da violência permanece. O
Governo do PT, gestor deste Estado capitalista, defenderá a propriedade privada
e não permitirá a ocupação. E para retirar as famílias que resistirão, o GDF terá
que utilizar o aparato policial, realizando assim um conflito que poderá
repetir a tragédia que o PSDB realizou em Pinheirinho, São José dos Campos/SP
(fato que motivou o batizado do Novo Pinheirinho). Além disso, neste caso de
São Paulo, a Justiça burguesa utilizou uma tática que foi derrubar, na calada
da noite, uma liminar que proibia a reintegração, procedendo com o desalojo na
manhã seguinte, o que pegou as famílias desprevenidas. Este mesmo fim deve ser
evitado no Novo Pinheirinho.
E
é por isso que se faz necessário, antes mesmo que o GDF proceda com o desalojo
do Novo Pinheirinho-DF, que a ocupação seja coberta de solidariedade pelas
organizações da classe trabalhadora. Comemorar a postergação da reintegração é “cantar
vitória” antes do tempo. A tarefa agora deverá consistir na preparação da
resistência e na articulação da solidariedade. Devemos nos precipitar aos
procedimentos do Estado burguês, que dispõe da violência organizada da polícia
e poderá fazer manobras na Justiça para pegar o Movimento de surpresa. Pois uma
solidariedade tão somente depois dos fatos poderá significar um “ato póstumo”.
Assim,
a Rede Estudantil Classista e Combativa
(RECC) coloca suas forças à disposição da ocupação e resistência do Novo
Pinheirinho-DF, e convoca todas as organizações da classe trabalhadora a se
somarem. Não nutrimos nenhum tipo de esperança no governo petista e nos seus
aparelhos judiciais, policiais ou midiáticos. Temos apenas o povo em quem
podemos confiar. E na auto-organização de nossa classe depositamos a esperança
da vitória. Venceremos!
“Contra a intolerância dos ricos, a intransigência dos pobres.
Não se deixar esmagar, não se deixar cooptar. Lutar Sempre!”
Florestan
Fernandes
VIVA A OCUPAÇÃO NOVO PINHEIRINHO!
Um comentário:
Companheiros(as),
Gostaríamos de lhes convidar para as atividades de celebração dos 10 anos do jornal A Nova Democracia que serão realizadas nos dias 8 e 9 de junho no Rio de Janeiro.
Convidamos a todos os nossos leitores e apoiadores da imprensa popular para que participem dessa importante celebração de 10 anos de existência e resistência do nosso jornal.
Desde já, sintam-se convidados!
PROGRAMAÇÃO:
DEBATE: A IMPRENSA POPULAR E DEMOCRÁTICA
Dia 8 de junho, às 18h, na Associação Brasileira de Imprensa (ABI)
Rua Araújo Porto Alegre, n° 71, auditório do 9° andar.
Centro – Rio de Janeiro
Com a presença de:
- Vito Giannotti (Membro do Núcleo Piratininga de Comunicação e do conselho editorial do jornal Brasil de Fato).
- Raimundo Pereira (Diretor do jornal Movimento nos anos de 1970/início dos 80; Diretor editorial da revista Retrato do Brasil).
- Maurício Azêdo (Presidente da Associação Brasileira de Imprensa).
- José Ricardo Prieto (Diretor geral do jornal A Nova Democracia).
ATIVIDADE CULTURAL
Música popular, teatro, dança e poesia
Dia 9 de junho, às 19h.
Local: Espaço de Dança Caio Monatte
Rua Haddock Lobo n° 79/sobrado.
Próximo a estação de metrô do Estácio.
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