domingo, 21 de outubro de 2012

Avaliação do 31º ENEH - Encontro Nacional dos Estudantes de História



O XXXI ENEH em meio aos ataques neoliberais do governo Dilma/PT-PMDB!

Entre os dias 14/07 e 21/07 de 2012 ocorreu o XXXI ENEH - Encontro Nacional de Estudantes de História, que contou com cerca de 400 estudantes, sendo um encontro relativamente esvaziado e um tanto despolitizado. Cabe-nos então, entendermos por que isso aconteceu.

quarta-feira, 19 de setembro de 2012

Movimento Estudantil Classista: Em defesa do estudante trabalhador

 Publicado no jornal AVANTE! nº08


A discussão acerca das dimensões de classe no Movimento Estudantil ainda permanece pouco desenvolvida. No geral, a estudantada sequer compreende o que seja o “classismo”. Nosso objetivo com este pequeno artigo é discutir a realidade dos jovens estudantes brasileiros, caracterizando sua existência em relação ao mundo do trabalho, dentro da dinâmica que a sociedade imprime no interior do sistema de ensino. A partir disso, mostrar que os estudantes são uma fração da classe trabalhadora (sua dimensão de classe), e finalizar com apontamentos de quais devem ser os eixos de nossa organização e bandeiras reivindicativas.
O papel da educacão na sociedade

O sistema educacional reflete em seu interior todas as contradições da sociedade que o cerca. E em cada período histórico, a educação é reprodutora das condições de manutenção desta mesma sociedade, seja em termos ideológicos, econômicos, políticos etc. Dizemos, assim, que ela é determinada pelas condições sociais exteriores a si, e ao mesmo tempo ajuda a reproduzir estas condições para que a sociedade permaneça como tal.

A sociedade capitalista, por sua vez, necessita que a educação cumpra, grosso modo, duas funções:

Nem Enem, nem Vestibular: Acesso Livre Já!

 Publicado no jornal AVANTE! nº08



O Enem (Exame Nacional do Ensino Médio) é um vestibular que tem como objetivo filtrar a entrada dos estudantes no Ensino Superior, sendo ele público ou privado. É defendido por seus criadores como uma prova de maior aproximação com o cotidiano dos estudantes, sem necessidades de “decoreba” e, com isso, se tornaria um meio mais democrático de acesso ao Ensino Superior. Porém, a mediação para o ingresso ao Ensino Superior continua com o Vestibular, o qual tem como linha principal a meritocracia, ou seja, funciona para aqueles que conseguiram receber um ensino de qualidade e não para todos, a despeito de capacidades intelectuais.

O Enem foi criado em 1998, no governo FHC, com o intuito de

O velho se vestindo de novo: A velha cultura política colocada como nova no interior das Faculdades e Universidades Pagas

Publicado no jornal AVANTE! nº08

As Faculdades e Universidades Pagas no Brasil representam um percentual considerável de Instituições de Ensino Superior, mais de 85% das IES. Este crescimento exacerbado é parte integrante da política neoliberal na educação a qual favoreceu o aparecimento das mesmas, assim como seu fortalecimento. Essas instituições são gerenciadas, na maioria dos casos, numa perspectiva comercial e de poder centralizado fazendo com que a participação da comunidade acadêmica nas deliberações referentes à própria Faculdade ou Universidade seja quase nula, contribuindo assim para a falta de mobilização dos(as) estudantes e trabalhadores(as) em torno de pautas comuns.

Analisando esta conjuntura, levando em consideração que

Greve geral na rede federal de educação

 Publicado no jornal AVANTE! nº08

Marcha Nacional em Brasília (05/06/12) - Ao término do ato, impedidos pela PM de entra no MEC, estudantes apredejaram as vidraças do órgão. Neste mesmo dia, o CNGE fez sua primeira Plenária.
 
A atual experiência das greves do ensino superior evidenciou a força potencial, mas também as fraquezas dos movimentos estudantil e sindical da educação no Brasil. O movimento iniciou-se com um crescente de paralizações que atingiu praticamente todas as universidades federais além de institutos federais, formando-se Comandos Nacionais e Locais de Greve dos docentes, técnico-administrativos e o singular Comando Nacional de Greve Estudantil (CNGE).

Esta greve, porém, por parte dos docentes e técnicos, decorre em parte da

Aprovação dos 10% do PIB para educação: Vitória da burguesia!

Publicado no jornal AVANTE! nº08

No dia 26/06/12, foi aprovada pela Câmara dos Deputados a destinação de 10% do PIB brasileiro para a educação. Essa aprovação é resultante também de uma campanha sustentada tanto pelo governismo (UNE, UBES e outras entidades), como pelo paragovernismo (PSTU/Anel, PSOL/OE-UNE), principalmente após o veto da meta de aumento do financiamento para a contemplação do Plano Nacional de Educação (2011-2020). A campanha por 10% do PIB para a educação, figura como pauta histórica dos movimentos sociais, e sem dúvida, maiores verbas devem ser destinadas a educação pública. Porém, é importante que se perceba que o contexto de mutações do capitalismo inseriu a campanha em um mote neoliberal, colocando a verba, que ainda deve ser aprovada pelo Senado e por Dilma/PT, à serviço da burguesia.

A Rede Estudantil Classista e Combativa (RECC) vem apontando os limites dessa campanha, que

Opressões e Classe: o capitalismo necessita das opressões para mais lucrar

 Publicado no jornal AVANTE! nº08



As relações de propriedade e produção definem a sociedade dividida em classes e determinam quem serão os exploradores e os explorados. Para além da diferenciação de classes, existem ainda outras baseadas em diferenças de etnia, nacionalidade, gênero e geração. Mesmo tendo surgido em período anterior, o capitalismo se apropria dessas diferenciações e dá a elas um novo sentido – passam a ser uma ferramenta para acentuar o processo de domesticação e exploração dos não possuidores.

As ideologias dominantes usam dessas diferenças para

A luta contra o aumento da tarifa dos ônibus no Brasil: a necessidade de organização e luta independente

Publicado no jornal AVANTE! nº08



No primeiro semestre de 2012, ocorreram diversas lutas contra o aumento abusivo no preço das passagens por todo o Brasil. O reajuste ocorrido na maioria das cidades esteve acima da média do aumento da inflação e do salário mínimo. Tarifa abusiva significa lucro para as máfias do transporte, e para a população pobre, exclusão do acesso à direitos sociais e sua guetificação.

Contra esse ataque, trabalhadores, desempregados e estudantes de várias cidades do Brasil organizaram

Avança a militância Classista e Combativa no Ceará!

Publicado no jornal AVANTE! nº08


A RECC inicia em março de 2012 mais um trabalho de base. Filiado a Rede, o Coletivo LutaSociais/CE reúne estudantes de Ciências Sociais da UECE para lutar por uma universidade a serviço da classe trabalhadora. Esse é um primeiro passo na nacionalização do coletivo que possui um núcleo na UnB.

Na UECE, o 1º semestre foi marcado pelo

quarta-feira, 11 de julho de 2012

Comunicado Nacional nº11: Fortalecer a greve nacional dos estudantes pela base, com classismo e combatividade!



Fortalecer a greve nacional dos estudantes pela base, com classismo e combatividade!

Brasil, Julho de 2012 - Comunicado Nacional da RECC Nº11
Estudantes chilenos em greve se enfrentam com a polícia e o governo (2011)
 
No dia 18 de junho ocorreu na UFRJ a primeira reunião do Comando Nacional de Greve Estudantil (CNGE) e foi um marco para o processo de greve estudantil nacional, evidenciando também alguns dos entraves e possibilidades políticas do movimento. A reunião contou com 56 delegados (dois deles secundaristas do colégio Pedro II, RJ) e mais de 350 estudantes de todo o país. Após isso, o CNGE passou a se reunir permanentemente em Brasília, porém, sem a representatividade necessária da magnitude da greve que abala a educação federal, e como consequência disso (mas não só disso), o Comando encontra debilidades em conseguir encaminhar as tarefas necessárias para a vitória da greve geral na Educação.
A política de construção e fortalecimento do Comando Nacional de Greve Estudantil foi correta, e nós da RECC desde o início mobilizamos nossas forças nesse sentido. Esta instância nacional é no atual momento a única possibilidade real de garantir a unificação nacional das greves e gerar novas experiências de organização e luta para o Movimento Estudantil. Pretendemos debater agora as contradições deste processo, combatendo os governistas que querem acabar com a greve e aqueles que, por sua linha política reformista, não estão aptos para encaminhar as tarefas e ações necessárias para o momento, e através disso propor uma linha geral combativa a ser aplicada pelos estudantes em greve Brasil afora.

A organização nacional da greve: acordo de cúpula ou unidade dos estudantes em luta?

A primeira reunião do CNGE, dia 18/06, teve uma série de problemas operacionais que anunciam um grau de dependência preocupante frente às correntes e partidos. A reunião teve local e horário pouco divulgados e começou com 5 horas de atraso, se estendendo por mais 13 horas. Além disso, quando se debateu a metodologia do espaço, o PSOL (Esquerda da UNE) propôs que os delegados “eleitos” em comando locais de greve e reuniões de DCE pudessem votar, deslegitimando a decisão da Plenária de Brasília (05/06) de controle das bases através de eleição em Assembleias Gerais.
Na condução da reunião, as correntes e partidos repartiram seus representantes para a mesa, e na hora dos encaminhamentos finais, algumas falas divergentes de delegados foram cortadas e propostas não foram encaminhadas. A mesa passou por cima ou simplesmente não conseguiu encaminhar as propostas que fugiam ao acordo estabelecido pelo setor majoritário (PSOL e PSTU), o que gerou uma grande insatisfação na plenária. O resultado deste acordo de cúpula foi apresentado sob a forma de uma extensa lista de reivindicações que sequer foram debatidas a fundo e, contraditoriamente, foram aprovadas em bloco – sem a possibilidade de divergir em pontos particulares.
Propostas como a instauração de um Comando Nacional de Greve Estudantil permanente em Brasília demonstraram seus limites tanto pela ainda difícil garantia de estrutura e organicidade no Movimento Estudantil (ME) brasileiro, como pela própria possibilidade de sua burocratização, ou seja, seu descolamento da luta em cada universidade e escola federal, afinal de contas, como garantir a revogabilidade dos delegados? Como garantir o poder das assembleias de base sobre o Comando? Como garantir que o CNGE não será mais um órgão superestrutural de “lobby midiático e parlamentar” junto ao Governo/MEC?
A Rede Estudantil Classista e Combativa (RECC) está atuando nas universidades e no CNGE em defesa de uma política que se volte para as bases estudantis em greve, defendendo a construção de Plenárias ampliadas (tal como a que ocorreu no Rio de Janeiro) onde os delegados tenham tempo para serem eleitos e consigam a estrutura necessária para o deslocamento e permanência. Essa é uma preocupação fundamental para que o Comando Nacional expresse a vontade da base, e não de alguns partidos e correntes que conseguem financiamento e estrutura. As bases devem ter o poder, pois está em cada universidade a possibilidade de mobilização, de radicalização, portanto, de vitória para a greve.

Dois caminhos para o movimento grevista!

No início das deflagrações de greves estudantis a postura da Anel/PSTU foi de convocar a UNE para “romper com o governo” e construir a greve estudantil, defendendo inclusive que as entidades tivessem espaço garantido nas mesas de negociação. Essa política do PSTU de buscar alianças burocráticas com os governistas não é nova, e marcou a campanha pelos 10% do PIB para educação, bem como o processo de liquidação/degeneração da Conlutas.
Mesmo os estudantes grevistas sabendo que tal “unidade” com os governistas é completamente artificial, já que estes sequer possuem expressividade nas mobilizações, assembleias e comandos locais de greve (estando na prática boicotando a greve no país inteiro), o objetivo da ANEL com essa “unidade” é construir sua legitimidade oficial (reconhecida pelo Estado) estando lado-a-lado com a UNE nas mesas de negociação com o Governo. Nessa busca desesperada de autoconstrução oficialista acaba por prolongar a falaciosa “representatividade da UNE”, a qual diz em palavras ser contra (daí o fato da ANEL ser para-governista). 
Estudantes protestam contra a repressão na UNIFESP (18/06)

A busca de legitimidade pelo reconhecimento oficial do Estado e não pela força real da luta é própria dos governistas e dos para-governistas. Segundo essa concepção, o avanço do movimento grevista e a vitória de suas reivindicações não será fruto de mecanismos diretos de pressão (como ocupações, fechamentos de ruas, enfrentamento com a polícia, etc.), mas espera-se que a sensibilização de parlamentares e o apoio midiático irão pressionar o Governo/MEC a reconhecer a greve/CNGE e abrir a negociação. Não é colocado, nessa concepção burocrática, que a tarefa do movimento grevista é conquistar suas reivindicações e sua legitimidade pela suas próprias forças, que a greve é um confronto real que deve ser vencido pelos estudantes e trabalhadores e no qual o Governo deve sair derrotado. Tal como demonstra a velha tática das “voltas olímpicas” na Esplanada dos Ministérios e os cafés da manhã de “protesto” que vem sendo feitos no MEC, o atual movimento grevista tende a se direcionar para uma súplica ao Governo/MEC. A reunião do CNGE do dia 05/07, onde se aprovou a proposta de “sensibilização de parlamentares” para o dia 10/07, defendida com entusiasmo pelos delegados do PSOL e PSTU, confirma a nossa crítica.
A tática de esperar pelas mesas de negociação abertas de forma pacífica e oficial, bem como a sensibilização de parlamentares está com os dias contados e nesse momento coloca em xeque a greve geral na educação. Caso essa política burocrática prevaleça, possivelmente anunciará mais uma derrota para estudantes e trabalhadores. Há quase dois meses de greve, e nada se conquistou das reivindicações, o que se conseguiu do governo federal foi a “orientação” do corte de ponto dos servidores federais. Quando os canais de comunicação se esvaziam e o governo não se mostra disposto a atender nossa pauta, devemos ser consequentes: a luta exige de forma mais decisiva e organizada a ação direta como meio para garantir nossas conquistas e legitimidade pela base.

Um chamado à construção da Greve e sua radicalização

Devemos ter a convicção de que a greve na educação federal deve exercitar a unidade real de amplos setores da classe trabalhadora, construindo uma crítica radical à política levada a cabo pelo governo Lula-Dilma (apoiada pelos governistas da UNE, CUT e CTB). Porém, também devemos ter claro quais são as nossas reivindicações e quais são aquelas que condicionam a nossa greve, para que a greve não se resuma a “motes de agitação” e sirva apenas para dar visibilidade eleitoral a determinados partidos de “oposição”.
Nesse sentido, a Rede Estudantil Classista e Combativa (RECC) convoca todos os estudantes e agrupamentos combativos para: 1) A construção resoluta da greve nacional e do CNGE, bem como a construção de um bloco combativo no interior deste, com o único objetivo de fazer avançar nossa greve a despeito dos interesses eleitoreiros e burocráticos do PSOL e PSTU; 2) Participação massiva e radicalizada no ato nacional do dia 18 de julho; 3) Organização de atos nos Encontros de Nacionais de curso, e; 4) Convocamos as bases para a radicalização, através de ocupações de órgãos públicos, fechamento de ruas, etc. A ocupação da reitoria da UnB e da UFPR, assim como o apedrejamento do MEC no dia 05/06, são exemplos que devem ser seguidos e defendidos pelo movimento grevista, pois propiciam a vida e dão força à greve.
Diante da necessidade de colocar novamente o movimento estudantil na via do enfrentamento aos planos desenvolvimentistas e anti-povo do Estado e do Capital; diante da possibilidade de criar novas experiências de organização e luta na base e a nível nacional; diante da necessidade de combater o modelo de educação elitista, privatizada e voltado para o mercado; nós, estudantes-proletários, nos lançaremos de peito aberto e punho cerrado para defender um novo movimento estudantil combativo, independente e pela base, que tenha como norte a construção de uma Educação Popular a serviço da classe trabalhadora!

Organizar as bases, radicalizar greve e preparar a rebelião estudantil!
Abaixo o parlamentarismo estudantil!

quarta-feira, 6 de junho de 2012

Comunicado Nacional nº10: A GREVE NAS FEDERAIS E OS BASTIDORES DO GOVERNO: arrocho salarial, precarização e privatização do ensino no Brasil


Assembleia Geral de Estudantes da UnB delibera pela greve estudantil (24/05)

Brasil, Junho de 2012 - Comunicado Nacional da RECC Nº10
Contato: rede.mecc@gmail.com

As precárias condições de trabalho e estudo no setor da educação vêm sendo postas em evidência através das atuais mobilizações: A Greve dos docentes das Instituições Federais de Ensino Superior (IFES), convocada pela ANDES-SN, teve início em 17 de maio de 2012 e até agora já são 50 instituições em Greve por tempo indeterminado; Acompanhando a Greve docente, estudantes de no mínimo 30 Universidades Federais também deflagraram Greve Estudantil; A FASUBRA, entidade nacional dos servidores das Universidades Públicas, possui indicativo de Greve Nacional para o dia 11 de junho; Para o dia 13 de junho está previsto o início da Greve dos trabalhadores federais da educação básica, profissional e tecnológica, base do SINASEFE.

Desenha-se assim um quadro de uma das maiores mobilizações do setor da educação na última década. Há de se perguntar, nesse contexto, quais as causas geradoras de tais movimentos reivindicativos, analisados nas condições particulares e gerais a todas estas categorias em luta? Para a RECC não há dúvida: as Greves em nível federal na educação só podem decorrer das contradições que as políticas educacional e econômica do Governo Federal vêm criando na última década.

A política educacional e econômica neoliberal do Governo Federal

Lula e Dilma se elegeram tendo que assumir como condição de suas gestões a continuidade do projeto global de reforma neoliberal do Estado e de compromisso deste com as demandas de uma economia capitalista em franca crise. Viu-se em 2007 apenas uma agonia desta crise, que já trouxe reflexos também ao Brasil, por exemplo, na afirmação em 2011 pelo Governo Federal de que não concederia aumento nenhum aos servidores públicos e que o repete nas atuais Greves – arrocho salarial. Assim, seguem operando na lógica de enxugamento dos gastos públicos, a exemplo dos históricos cortes orçamentários de 2011 e 2012 na ordem de 50 e 55 bilhões de reais respectivamente (na educação foram mais de 5 Bi!), na manutenção do pagamento inacabável da rolagem da dívida pública e da isenção fiscal e facilidades de instalação de empresas privadas (como Universidades Pagas) etc.

Na educação esta lógica se reproduz, considerando a peculiaridade de que o ensino superior público é peça chave na produção de conhecimento, potencial desenvolvedor de avanços tecnológicos e científicos – bastante necessários à produtividade das empresas capitalistas – e formadora de mão-de-obra qualificada barata. Assim, considerando todo um déficit de atendimento à população em especial no ensino superior (que abarca hoje não mais do que 4% da juventude), conjuga-se uma necessidade populista de expansão do acesso sem o devido acompanhamento de investimentos públicos (fazendo com que Universidades e professores tenham que captar recursos por meio de fundações privadas, agências de fomento etc.), distorcendo matrizes curriculares e tornando precárias as condições de ensino e de trabalho para solidificar a submissão da educação às necessidades vorazes do mercado. É a visão gerencial e produtivista da educação, que deve corresponder lucrativamente ao emprego de capital. Assim opera a política educacional de Dilma (PT-PMDB).

Ataques ao ensino superior: materializações da política neoliberal

Toda política de governo é refletida em seus programas e ações. Para travarmos uma luta de maneira consequente e eficaz é preciso ir além das lutas contra os efeitos gerados por tais políticas, identificando as causas e as medidas concretas contra o que combatemos. Isto deve orientar todo movimento atual de Greve seja dos estudantes ou professores, pois inclusive as causas de nossas lutas mais latentes convergem no Governo Federal.

Em 2007 o Governo Lula aprovou o famigerado REUNI (Plano de Reestruturação e Expansão das Universidades). Ele é seu carro-chefe e integra o Plano de Desenvolvimento da Educação (PDE), sendo este o documento-guia do programa neoliberal “Todos Pela Educação” (da Rede Globo, Gerdau etc.).  O REUNI procede com uma política de inchaço das universidades, pois possibilitou o aumento do número de matrículas em quase 100% sem, no entanto, prever na mesma medida a contratação de professores e servidores, nem expansão da infraestrutura (como salas de aula, bandejões, moradias universitárias etc.), muito menos da assistência estudantil, fundamental aos estudantes pobres. Adicione à esta última a aprovação no apagar de luzes do governo Lula, dia 31/12/10, do Decreto 7.416 que, na prática, proíbe o aumento do valor das Bolsas Permanência e não permite conciliação desta com bolsas de outra natureza. Reivindicamos, então, a revogação imediata deste decreto e a equiparação das Bolsas Permanência ao salário mínimo.

Assim, o REUNI operou uma expansão sem qualidade, gerando efeitos como a sobrecarga de trabalho docente, dissociações entre ensino-pesquisa-extensão devido às extenuantes horas-aula exigidas em sala, aumento de professores temporários, incapacidade de atendimento com as parciais políticas de Assistência Estudantil etc. E isto não é apenas um “problema financeiro”, como pretendem argumentar alguns governistas, mas sim uma opção política bem definida pelo Governo. Se nossas expectativas anteriores à aprovação do REUNI eram ruins, pois só previa aumento de 20% de verba para 100% de expansão, sua prática se demostrou um inferno: apenas 46% dos 3,5 milhões de metros quadrados de obras previstas foram concluídas; da meta de aplicação até 2011 em R$5.2 bi, apenas R$2.8 bi foram empregados, de acordo com o Portal da Transparência. Ou seja, o Governo pretendia um “aproveitamento” das poucas condições de infraestrutura e pessoal já existente, casando isto com seu projeto neoliberal-desenvolvimentista.

Exigimos sim uma expansão da universidade pública, lutando para que em médio-longo prazo consigamos conquistar o Acesso Livre no ensino superior, mas tal expansão deve dar plenas condições de estudo e trabalho nas universidades públicas ao povo. E, definitivamente, não é isso que o REUNI faz.

Tal como alertado anteriormente à aprovação do REUNI de que este nos traria consequências negativas (e que hoje se verifica a exatidão de tal alerta), devemos denunciar e combater o caráter similar presente no novo Plano Nacional da Educação, o PNE 2011-2020, antes que o mesmo solidifique a precarização e mercantilização geral da educação. Este é um programa de governo que ganhará contorno de política de Estado e estará em vigor por mais uma década através de um conjunto de metas e estratégias que dá continuidade ao último decênio (2001-2010) e ao PDE de 2007.

Este PNE sistematiza e aprofunda praticamente todas as principais políticas e metas neoliberais adotadas pelo governo Lula-Dilma. Pretende impor desde o ensino básico ao superior a elevação desproporcional de alunos por professor e uma taxa alta de conclusão média dos cursos (que se transformam em aprovações-automáticas para maior rotatividade de vagas, como bem sabemos), a exemplo do REUNI. Como demostra o já aprovado PRONATEC, programa que estabelece parceria com o Sistema “S” (SESC, SENAI, SESI etc.), as metas do PNE se dirigem a dar maior peso ao setor privado da educação, ampliando o investimento direto de verba pública nos estabelecimentos de ensino privado, tal como faz o ProUNI e o FIES – este é uma arma de endividamento dos estudantes pobres. Ademais, ao pretender “universalizar” o ensino fundamental e aumentar as matriculas no ensino superior, prevê para isso utilizar massivamente, principalmente nos cursos de licenciatura, o Ensino à Distância (EaD), metodologia que é opção do governo justamente por ser de baixíssimo custo de manutenção (inclusive com baixa remuneração dos orientadores) e por garantir uma formação rápida, porém com qualidade notadamente inferior a do ensino presencial. Há no PNE, portando, o aprofundamento da lógica de expansão precarizada do ensino, da formação escolar/acadêmica voltada unicamente às demandas do mercado e de fomento direto à educação privatizada, em detrimento da pública. A luta pelos 10% do PIB para a Educação na boca daqueles que não pretendem combater o PNE será uma palavra de ordem dos charlatões governistas pois estará, ao fim, defendendo mais verba à educação privatizada. É a luta contra o PNE Neoliberal de Dilma/PT, portanto, a bandeira principal que deverá unir a luta dos estudantes à dos professores de todas as modalidades de ensino e cantos do Brasil por uma educação pública de verdade.


A privatização sistemática da Educação facilita a mercantilização da mesma, abrindo espaço para o investimento de um capital privado voltado para as demandas do mercado de trabalho. Isso significa que  o caráter essencial da universidade (formação com conhecimentos integrais e críticos) está se perdendo dia após dia. A universidade acaba se tornando apenas um centro formador de mão de obra barata e qualificada que atenderá as demandas de um mercado de trabalho cada vez mais precarizado e excludente.


Superar o grevismo e organizar pela base a luta combativa

Assembléia Geral de Estudantes da UFRJ 
A Greve é a principal arma dos trabalhadores e estudantes na luta por nossos direitos. No entanto, o sindicalismo no Brasil, sobretudo dirigido pelas forças políticas governistas (PT, PCdoB etc.), está imerso numa prática onde, ao invés do sujeito protagonista da luta ser a própria categoria em constante mobilização, esta fica secundarizada, pois está submetida aos tramites parlamentares. A lógica imperante é de que a diretoria do sindicato faz apenas pressões econômicas frente ao governo e, politicamente, apoia os partidos que dizem representar os trabalhadores no parlamento. Na medida em que se ganha mais espaço parlamentar, mais o sindicato se atrela a essa prática política e passa a pressionar parlamentares, para que esses pressionem os governos, inclusive chamando voto em certos candidatos nos períodos eleitorais.

Verificamos ai um problema. Em termos de concepção de luta, as greves não são entendidas como o enfrentamento direto da categoria contra o governo. Elas são formas de chantagear indiretamente parlamentares para que estes façam pressão perante o governo. A categoria fica submetida a uma disputa que, em última instância, ela sequer poderá decidir outros rumos. Tudo é mediado entre diretoria sindical, parlamentares e governo nas limitadas mesas de “enrolação”. O “grevismo” – a simples “parada no trabalho” – não transforma o poder em potencial que existe na massa da categoria em um poder real para arrancar suas pautas do governo. A Greve deve ser usada como arma de ação direta, onde a categoria deve estar mobilizada nas ruas e locais de trabalho, organizando seus pares para enfrentar política e materialmente o governo, e não simbólica e indiretamente. Por isso defendemos uma Greve que, além de manter uma prática de esclarecimento perante a população e profundos debates políticos nas bases, utilize outros instrumentos de pressão e mobilização como ocupações de Reitorias e órgãos públicos, trancamento de vias etc. Paralisar o estudo e o trabalho é apenas o primeiro passo: devemos nos organizar e ir às ruas!

Superar o corporativismo: Construir a Greve Geral na Educação

Há tempo a UNE deixou de representar os interesses dos estudantes para representar os interesses do governo no Movimento Estudantil, tal como a defesa que esta faz do novo PNE. Assim, esta é uma entidade governista que faz de tudo para blindar seu “patrão” de criticas, inclusive desorganizando os estudantes e freando as lutas. Enquanto a RECC convoca à luta contra o PNE neoliberal de Dilma/PT, a UNE charlatã “lutava” por mais verbas para o mesmo PNE e por sua aprovação imediata. O paragovernismo (PSOL/PSTU), por sua vez, organizou um plebiscito defendendo os 10% do PIB para a educação, se diluindo completamente neste campo governista e confundindo o que deveria ser o centro da luta no atual momento.

Os métodos de luta do tipo plebiscitos e pedidos de veto à presidência têm se mostrado impotentes perante as ofensivas do governo e do capital, e na Educação não é diferente. As ofensivas do governo e do capital que impõe a precariedade da educação exigem um combate consequente pelo Movimento Estudantil, ou seja, que supere os limites das cartas de apoio e pratique ações correspondentes ao nível dos problemas enfrentados. A atual Greve nas federais não deve ser instrumento de sensibilização do “coração de pedra” do Governo: deve-se furar o bloqueio do consenso legalista e pacifista e impor ao inimigo o atendimento às legítimas reivindicações das categorias pela luta direta.

Precisamos compreender de forma global os problemas que atingem a Educação, isso significa entender que eles envolvem os professores, servidores, estudantes e terceirizados dos estabelecimentos de ensino e que a solução dos problemas exige a mobilização de todas essas categorias unificadas em luta. Para isso, os estudantes devem abraçar como sua a luta dos professores (como plano de carreira, melhores condições de trabalho, incorporação das gratificações e recuperação salarial); bem como os docentes devem defender as pautas estudantis (assistência estudantil, maior financiamento para educação pública, democracia nas universidades etc.) Uma ação coerente com os desafios postos significa, na atual conjuntura, a preparação de uma Greve Estudantil em todas Federais, construindo um Comando Nacional de Greve Estudantil (CNGE) que se articule à base grevista da ANDES-SN, FASUBRA e SINASEFE, na construção da GREVE GERAL NA EDUCAÇÃO.

A ação direta combativa nos levará à vitória!
Assim, apoiamos a luta dos professores por melhores salários, mas também contra a precarização da universidade pública, contra o repasse de dinheiro público para o ensino superior privado, pela efetivação dos professores e servidores terceirizados e abertura de concursos públicos. No entanto não nos basta apenas o apoio acrítico ao movimento dos professores. Prática similar à de 2011 deve ser abandonada, onde ANDES-SN, SINASEFE e FASUBRA estavam descompassadas em suas greves ou negociações com o governo: defendemos uma aliança em que estudantes, professores, servidores e terceirizados protagonizem Assembleias Comunitárias locais, regionais e nacional com delegados imperativos e revogáveis eleitos nas bases para a efetivação da unidade. Devemos também levantar as bandeiras do movimento estudantil, que está em estágio de reorganização nacional, e só organizados pela base conseguiremos apoiar à luta dos trabalhadores do ensino e conquistar nossas próprias demandas.


30 IFES como a UNB e a UFF já estão realizando greve estudantil


A Greve Estudantil nem nasce pronta e nem é impossível de ser realizada. Ela precisa sim é ser construída, o que exigirá o trabalho de base necessário para criar uma real mobilização. Para isso, as pautas estudantis precisam ser postas conjuntamente com as pautas dos professores e demais trabalhadores da educação (efetivos ou terceirizados), ligando as especificidades às lutas transversais, como o “Abaixo o PNE neoliberal de Dilma/PT”.

O desafio para o ME está lançado. Precisamos superar o reboquismo das cartas de apoio e nos tornarmos sujeitos ativos na luta por uma educação a serviço do povo. Isso significa unidade na luta combativa com as categorias dos trabalhadores da educação. Isso significa entender o momento da atual Greve docente como uma forma de potencializar a luta estudantil combativa e independente, e de maneira geral a luta por melhores condições de trabalho e estudo.

Estudantes e trabalhadores da educação: devemos estar unidos. Romper com o governismo que paralisa nossas entidades e o corporativismo que segrega nossa classe é o inicio da visão e da luta por uma educação não mercadológica, que tenha qualidade para a formação de sujeitos sociais emancipados, e esteja a serviço da classe trabalhadora: uma educação popular.



Contra os conselhos burocráticos do 70-15-15! Por uma estrutura democrática na Universidade!
Pela integração a universidade de todos os trabalhadores terceirizados!
Nem ENEM nem Vestibular! Acesso Livre Já!
Abaixo o Reuni e o sistema de Metas de Expansão sem Qualidade!
Barrar a ofensiva neoliberal com greve geral na Educação!
Abaixo o novo PNE Neoliberal de Dilma/PT-PMDB!
Revogação do Decreto 7.416/10! Equiparação das Bolsas Permanência ao Salário Mínimo!
Por uma educação a serviço da classe trabalhadora!

terça-feira, 8 de maio de 2012

Moção de apoio da RECC à ocupação Novo Pinheirinho-DF


COBRIR DE SOLIDARIEDADE A OCUPAÇÃO NOVO PINHEIRINHO-DF ANTES QUE O GOVERNO PETISTA EXECUTE UM BANHO DE SANGUE


Na madrugada do dia 21 de Abril o MTST (Movimento dos Trabalhadores Sem Teto) ocupou um terreno da TERRACAP situado na cidade de Ceilândia-DF. Inicialmente contava com 300 famílias, hoje cerca de 1000 famílias já estão acampadas no local. O crescimento e o ato da ocupação se justificam pelo grande déficit habitacional na capital do país: apenas no programa habitacional do GDF, o “Morar Bem”, existem 340 mil cadastros desatendidos, ou seja, de famílias sem moradia própria. Outro motivo foi que o Governo Agnelo (PT) não cumpriu com o compromisso de auxílios-aluguel, feito após a desocupação de outra área pelo MTST em 2011. Além de que muitas famílias passam dezenas de anos na lista de moradia da CODHAB, sem absolutamente nenhum retorno.

Tal ocupação busca então cumprir o atendimento de uma necessidade da população trabalhadora pelo direito básico à moradia, que o GDF se demostra incapaz de resolver. Ao mesmo tempo, coloca em contradição a política do Governo Agnelo-Filippeli (PT-PMDB), que prefere viabilizar a construção do Setor Noroeste, cujo metro quadrado é um dos mais caros do país, enquanto milhares de famílias sequer possuem moradia, por exemplo. Ou seja: o Governo constrói casa para ricos e não atende a principal demanda habitacional, que são de famílias com renda entre 0 a 3 salários mínimos.

Para piorar, como previsto, o Governo petista entrou com pedido de reintegração de posse, determinando a saída das famílias do Novo Pinheirinho até dia 05/05. No entanto, contra-ofensivas do MTST como o bloqueio de duas rodovias em SP, e a tentativa de ocupação do Palácio do Buriti, o trancamento do Eixo Monumental e as demonstrações de resistência em Brasília fizeram a Justiça burguesa dar um pequeno “recuo”, postergando para depois do dia 20/05 a reintegração.

Em nota oficial do GDF, este afirma que “não compactua com ilegalidades e nem vai permitir invasões de áreas e prédios públicos”. Em entrevista, o Secretário Adjunto do GDF ameaça: “o ideal é que os invasores se retirem espontaneamente. Caso contrário, teremos de apoiar a reintegração de posse”. No entanto, muitas famílias não têm para onde ir caso sejam retiradas, e o movimento decidiu, corretamente, resistir.

Isto significa que o fantasma do desalojo, com a utilização da violência permanece. O Governo do PT, gestor deste Estado capitalista, defenderá a propriedade privada e não permitirá a ocupação. E para retirar as famílias que resistirão, o GDF terá que utilizar o aparato policial, realizando assim um conflito que poderá repetir a tragédia que o PSDB realizou em Pinheirinho, São José dos Campos/SP (fato que motivou o batizado do Novo Pinheirinho). Além disso, neste caso de São Paulo, a Justiça burguesa utilizou uma tática que foi derrubar, na calada da noite, uma liminar que proibia a reintegração, procedendo com o desalojo na manhã seguinte, o que pegou as famílias desprevenidas. Este mesmo fim deve ser evitado no Novo Pinheirinho.

E é por isso que se faz necessário, antes mesmo que o GDF proceda com o desalojo do Novo Pinheirinho-DF, que a ocupação seja coberta de solidariedade pelas organizações da classe trabalhadora. Comemorar a postergação da reintegração é “cantar vitória” antes do tempo. A tarefa agora deverá consistir na preparação da resistência e na articulação da solidariedade. Devemos nos precipitar aos procedimentos do Estado burguês, que dispõe da violência organizada da polícia e poderá fazer manobras na Justiça para pegar o Movimento de surpresa. Pois uma solidariedade tão somente depois dos fatos poderá significar um “ato póstumo”.

Assim, a Rede Estudantil Classista e Combativa (RECC) coloca suas forças à disposição da ocupação e resistência do Novo Pinheirinho-DF, e convoca todas as organizações da classe trabalhadora a se somarem. Não nutrimos nenhum tipo de esperança no governo petista e nos seus aparelhos judiciais, policiais ou midiáticos. Temos apenas o povo em quem podemos confiar. E na auto-organização de nossa classe depositamos a esperança da vitória. Venceremos!




“Contra a intolerância dos ricos, a intransigência dos pobres. 
Não se deixar esmagar, não se deixar cooptar. Lutar Sempre!”
Florestan Fernandes

VIVA A OCUPAÇÃO NOVO PINHEIRINHO!

domingo, 29 de abril de 2012

Vídeo em homenagem à Rede Estudantil Classista e Combativa


Saudamos a homenagem e o reconhecimento prestados à RECC pelos companheiros da "Liga de Grêmios da Periferia" e publicamos aqui seu vídeo produzido. Demonstrações como esta nos dão certeza do caminho que estamos tomando, ratificando a via de luta combativa dos estudantes. Chamamos mais uma vez à todos estudantes para que se somem organicamente à RECC, e que construamos em cada escola e universidade desse Brasil Coletivos e Oposições de Base para impulsionarmos as lutas estudantis por uma educação a serviço das causas do povo.


 

CRESCER POR TODO O LADO O POVO ORANIZADO!
LUTAR, CRIAR PODER POPULAR!
AVANTE RECC!

quarta-feira, 18 de abril de 2012

Em solidariedade a Ocupação do prédio da Secretaria de Comunicações – UNESP-Marília


A Rede Estudantil Classista e Combativa vem por meio desta nota se solidarizar aos estudantes do campus da UNESP/Marília, que desde o dia 12/04 ocupam a Secretaria de Comunicação da direção de sua universidade. O movimento se utiliza de um método legítimo, deliberado em assembleia geral com mais de 120 estudantes, para se opor ao processo de terceirização camuflada que a diretoria da UNESP vem tentando implementar no restaurante universitário no período noturno devido a transferência e a licença médica de trabalhadores do quadro efetivo.

Todas as tentativas que levem a luta para a ilusão dos Conselhos Burocráticos (70-15-15) deve ser rechaçada, sob o risco de conduzir o movimento a derrota. A reivindicação do voto universal e a ampliação do apoio entre os estudantes e os trabalhadores deve pautar a luta neste momento. A intransigência da Diretora Fujita e da burocracia universitária, deve ser respondida com a intransigência dos estudantes, em não ceder em suas pautas centrais.  

Os estudantes apostam no caminho correto que é o da ação direta estudantil na luta contra a precarização da assistência estudantil e das condições de trabalho. A UNESP como um todo vem passando por um processo de privatização, que se confirma nos convênios com o banco Santander, projetos como o PDI e da terceirização que já atinge a limpeza e outros setores. Para resistir, é necessário além desta ocupação, articular um movimento estudantil classista e combativo no interior do estado de São Paulo através da construção de coletivos e oposições articulados entre si. A mobilização dos estudantes secundaristas de presidente prudente e a ocupação do prédio da xerox em Assis também demonstram a oportunidade para tal.

Todo apoio a Ocupação!

Contra a precarização do trabalho nas universidades!

Contra as políticas privatizantes de Geraldo Alckmin e Durigan!

Viva a Ação Direta de Estudantes e Trabalhadores!

Rede Estudantil Classista e Combativa - RECC

segunda-feira, 2 de abril de 2012

AVANTE!, edição nº 07 do Boletim Nacional da RECC - 1º semestre/2012

Leia nesta edição:

  • MOVIMENTO ESTUDANTIL: História e Concepção;
  • 28 de Março: Dia Nacional de Luta dos Estudantes;
  • As Faculdades e Universidades Pagas no contexto da Educação Naoliberal;
  • Os ataques contra a educação e a necessidade de organizaçaõ do Movimento Estudantil Secundarista;
  • Plenária Nacional Classista e Combativa 2012: Consolidando alianças anti-governistas no Brasil;
  • Construção Nacional da RECC: Crescer em cada escola o poder das organizações estudantis.

Para baixar esta edição em formato pdf.,





APOIE A IMPRENSA INDEPENDENTE!
AVANTE: ÓRGÃO DE PROPAGANDA DO MOVIMENTO ESTUDANTIL COMBATIVO!


quinta-feira, 22 de março de 2012

PROGRAMAÇÕES: Semana Nacional Classista e Combativa 2012


SALVADOR (BA): 
 


 FORTALEZA (CE):
 


 BRASÍLIA (DF):


 GOIÂNIA (GO):

No IFG - Instituto Federal de Goiás:

Na UFG - Universidade Federal de Goiás:

MARÍLIA (SP):  






CARTAZES DE PROPAGANDA:
 


domingo, 4 de março de 2012

28 de Março: Dia Nacional de Luta dos Estudantes

28 de Março:
Dia Nacional de Luta dos Estudantes

28 de Março é celebrado o Dia Nacional de Luta dos Estudantes. Esta data homenageia o secundarista Edson Luís de Lima Souto que em 1968 foi assassinado com tiros a queima roupa pela Polícia Militar, no Rio de Janeiro. Fora o primeiro estudante que tombou morto diante da ditadura. Ele participava de um ato no restaurante estudantil Calabouço, foco de grandes mobilizações, reivindicando melhorias na alimentação, diminuição no preço e o término das obras do local. A PM adentrou o restaurante metralhando indiscriminadamente, deixando vários feridos e outros mortos, como o estudante Benedito Frazão Dutra, que faleceu dias depois.

Velório de Edson Luís

O corpo de Edson Luís foi levado imediatamente pelos próprios companheiros para ser velado na Assembleia Legislativa, e depois por cerca de 50 mil pessoas para ser sepultado. Nem sua missa de 7º dia foi poupada, onde os militares voltaram a atacar os presentes na igreja da Candelária, deixando outros feridos. A morte de Edson Luís gerou comoção e revolta nacional. Organizaram-se nos meses seguintes combativas passeatas e greves gerais com milhares de pessoas em mais de 20 cidades em todo Brasil, às quais tiveram mais presos, feridos e outros mortos pela ditadura.

Em decorrência desta data, e este ano completando 44 anos de seu assassinato, a RECC todos os anos faz questão de manter viva a memória do camarada Edson Luís. E de todos aqueles que foram perseguidos, torturados ou assassinados enfrentando a sanguinária ditadura civil-militar da burguesia. Convocamos os estudantes do Brasil para celebrarem a data, realizando em suas escolas e cidades atividades entre a semana de 25 a 31 de Março. Não podemos permitir que apaguem nossa história e nossa luta, tal como assassinaram nossos camaradas. O esquecimento é a morte. A luta é a vida.

25 a 31 de Março
Semana Nacional
Classista e Combativa

Em memória e justiça aos mortos pela ditadura!
Não esquecemos nem perdoamos!
O companheiro Edson Luís vive!

sexta-feira, 17 de fevereiro de 2012

Comunicado Nacional da RECC nº 08 - Reforma e Luta Secundarista


 REDE ESTUDANTIL CLASSISTA E COMBATIVA
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Brasil, fevereiro de 2012 - Comunicado Nacional da RECC Nº08
www.redeclassista.blogspot.com   |   rede.mecc@gmail.com
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As Reformas privatistas no ensino secundarista e técnico e a necessidade de retomar a luta combativa dos estudantes!

O Novo Plano Nacional de Educação 2011-2020 - PNE, não representa nada de substancialmente novo. Temos de entendê-lo como uma continuação das políticas que atacam a educação em forma de decretos e leis implantados pelo governo petista na época de Lula, o PDE (Plano de Desenvolvimento Educacional). E agora muito mais sistematizado e articulado em propostas neoliberais em formato de PNE.

No mandado Dilma/PT, tal política contra a educação assume a forma de um mega pacote de reforma neoliberal, no qual possui vinte metas a serem cumpridas até meados de 2020. Tais metas são lançadas como forma de erradicar o analfabetismo, democratizar o acesso à educação, melhorar a qualidade de ensino nas instituições públicas. Mas, em verdade, essas vinte metas tem como principal função atender aos interesses do Estado e do Capital ao invés de atender aos interesses do povo e da maioria dos estudantes oriundos da classe trabalhadora, visto seu próprio conteúdo, seu modo de formulação e aprovação.

As reformas neoliberais na educação, orientadas pela política do Banco Mundial e do Todos Pela Educação (Burguesia Nacional/Globo, Gerdau, etc.), visam uma educação quantitativista e tecnicista, para formar mão-de-obra barata para o mercado de trabalho, sem ter em contrapartida melhorias no ensino, no conhecimento crítico, na estrutura de colégios nem de universidades.

A privatização da educação, a qual se torna cada vez mais uma mercadoria e não um direito, está inserida nesse processo do PNE. Isso vem acontecendo aos poucos com o sucateamento do ensino público e as políticas de parcerias-públicos-privadas (PPPs) feitas pelos governos, com o princípio da transferência de dinheiro público para a iniciativa privada. Isso pode ser visto em programas como o Telecurso da empresa Roberto Marinho, o Prouni (Programa universidade para todos), o PRONATEC etc.

O PRONATEC (Programa Nacional de Acesso ao Ensino Técnico) vem com o intuito de financiar empresários, como os do Sistema “S” (SESC, SENAI etc.), alegando que há falta de vagas nas escolas técnicas públicas e do estado de precarização de equipamentos nestas. O governo federal ao pretender subsidiar os estudos dos alunos em organismos privados como o sistema "S", que já recebem recursos públicos indiretos, dará maior liberdade para que estes capitalistas criem cursos que atendam as demandas de outras empresas privadas (isenções fiscais etc.), não muito diferente do que é visto com as faculdades privadas que também estão muito longe de exercer o papel do ensino e da educação formal.

Outra transferência de Capital da Esfera Pública para a Privada, que pouco se discute, é a reforma do Ensino Médio. O Ensino Médio Inovador, consequência direta do elitizado Novo Enem pretende estabelecer, também, uma parceria direta com o Sistema “S”. Isso se dará através de disciplinas “optativas” que ocorrerão nas escolas ofertadas por esse setor. As 12 disciplinas curriculares atuais irão acabar para dar lugar a 4 eixos temáticos e dessa forma, boa parte dos conteúdos serão ministrados por esses setores tecnicistas que utilizarão os estudantes secundaristas para explorá-los a preço mais em conta e ainda com apoio público. Reforma semelhante  ocorreu na França em 2006 e ocasionou o incêndio de centenas de carros por estudantes da periferia Francesa, mas que vem sendo aplaudido no Brasil, boa parte disso se deve ao apoio incondicional da pelega UBES/PCdoB nessa reforma.

O pouco debate sobre essa reforma no ensino médio, inserida no PDE e agora parte do bolo neoliberal sistemático do PNE, deve-se também a omissão da maior parte das correntes e entidades que estão fora do Governo como a Anel e a OE/UNE. Isso se deve a sua perspectiva pequeno-burguesa (policlassista) que só vê o Movimento Estudantil Universitário e não possui nenhuma política para o Ensino Médio e Técnico, ficando esses setores completos reféns do Governismo, pois o para-governismo estudantil (Anel; OE/UNE) é totalmente incapaz de superar os muros das universidades. Sua política de parlamentarismo estudantil, no qual a disputa por cargos em entidades como os DCE's são um fim em si mesmo, apenas reforça essa política, pois os Grêmios não tem tanto poder enquanto moeda de troca como os DCE´s para esses setores.



sexta-feira, 3 de fevereiro de 2012

Luta contra os aumentos de tarifas no Brasil

COMBATER O AUMENTO DAS TARIFAS PELA AÇÃO DIRETA E ORGANIZAÇÃO POPULAR!
Manifestantes enfrentam a repressão policial nas ruas de Recife, PE

Em diversas cidades do Brasil o ano se iniciou com abusivos aumentos nos preços das passagens, que na maioria dos casos está acima da inflação e do aumento do salário mínimo dos trabalhadores. Esses preços altíssimos das passagens garantem o luxo dos empresários (mafiosos) dos transportes, às custas do suor do povo, que tem que pagar caro para ir trabalhar ou estudar.

Ônibus incendiado durante protesto em Vitória, ES
Contra este abuso, trabalhadores, desempregados e estudantes estão realizando protestos, que crescem cada vez mais e ganham apoio da população em geral. Em Teresina (PI) os protestos que começaram em agosto de 2011 barraram o aumento pela ação direta do povo, mas logo no inicio de 2012 governantes e empresários se aproveitaram do recesso e reajustaram as passagens em 10,5%, o que gerou novos protestos e ação truculenta da polícia militar. Em Vitória (ES) os estudantes também realizaram protestos contra um aumento que ultrapassa os 6, 85%.
Protesto no centro do Rio de Janeiro
No Rio de Janeiro (RJ) estamos pagando R$ 2,75, uma das passagens mais caras do Brasil. É por isso que os protestos estão acontecendo no centro do RJ e não devem parar. Foram realizados “Pulões” onde a população começou a aderir aos atos e entrar nos ônibus se recusando a pagar.


Nós da Rede Estudantil Classista e Combativa (RECC) defendemos o caminho das lutas para barrar estes aumentos, portanto devemos intensificar os protestos, realizar as panfletagens e demais ações nas ruas, sem apostar em acordos com governantes, gabinetes e empresários. Sabemos que essa máfia dos transportes patrocina diversas campanhas eleitorais, portanto só ocupando ruas, partindo pro enfrentamento direto é que alcançaremos vitórias! Convocamos toda o povo trabalhador a se somar nessa luta e não permitir esse roubo que os empresários do transporte estão cometendo contra todos nós!




Fora Paes/Cabral e Máfia do Busão, Se não baixar a tarifa vai ter rebelião!
Passe-livre irrestrito já!



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Carta Aberta do Comitê de Luta Contra o Aumento das Passagens – RJ


Nós do Comitê de Luta Contra o Aumento das Passagens – RJ somos um movimento independente, democrático e aberto, de incitação à revolta contra o aumento das passagens dos transportes “públicos”, contra a máfia que comanda as empresas e a favor do tarifa zero. 
Temos acompanhado com entusiasmo a luta popular que ocorre em nível nacional contra a atual situação dos transportes. Nos indignamos com a brutal repressão que tem sido usada contra esses movimentos! Nos colocamos prontamente ao lado dessxs lutadorxs e repudiamos o Estado Policial. Desde já nos colocamos a favor de todas as formas de luta contra a repressão do Estado e entendemos que o principal caminho para alcançar nossos objetivos é a ação direta nas ruas e não a via burocrática institucional.
O transporte verdadeiramente público, gratuito e de qualidade é um direito da população! Sendo assim, convocamos todxs à construir uma LUTA NACIONAL contra o aumento dos transportes que tanto precariza nossa vida!

A data que propomos é dia 9 de fevereiro.


SE NÃO ABAIXAR A PASSAGEM DO BUSÃO, EU VOU PULAR ROLETA E VAI TER REBELIÃO!