Se nada
escapa à luta de classes, nem a universidade e nem o movimento
estudantil, é bem verdade que as lutas estudantis na UNESP não
estiveram aquém da combatividade expressa pela tomada coletiva das
ruas em junho de 2013.
Em
julho, estudantes de 9 campi ao redor do estado ocuparam o prédio da
Reitoria, em São Paulo, como acirramento da luta por melhores
condições de ensino, permanência estudantil e democracia na
universidade. Diante da ameaça de repressão, cientes de que não
são as negociações a portas fechadas com reitores, mas sim a
ousadia da ação direta coletiva que garantem as vitórias, os
estudantes optaram pela resistência. A resposta do governo
estadual foi o envio de um grande efetivo da tropa de choque para
efetuar a reintegração de posse do prédio e deter 113 estudantes.
A
violência policial não foi suficiente. A reitoria da UNESP abre
processo administrativo para punir os lutadores e assim intimidar e
amedrontar o conjunto dos estudantes.
No ano
de 2014, estudantes, professores e trabalhadores protagonizam novo
movimento grevista contra os cortes orçamentários, contra a
precarização do ensino e do trabalho e contra a ameaça de
privatização que ronda as universidades estaduais paulistas. A
Reitoria oportunamente aguarda o fim da mobilização para desferir
novo golpe sobre a categoria estudantil ao divulgar o resultado dos
processos decorrentes do ano anterior.
Em um
contexto de intensa perseguição política aos estudantes
combatentes, a UNESP pune cerca de 100 estudantes com uma suspensão
de 60 dias, o que pode acarretar diversas complicações, como
reprovações, perda de bolsas de pesquisa e auxílio socioeconômico.
A sanha punitiva da Reitoria e do governo estadual paulista vai longe
e ameaça seriamente a permanência daqueles que ousam se levantar
contra sua estrutura elitista e antidemocrática.
É o
momento de cobrir de solidariedade todos os estudantes que hoje
sofrem diversos processos administrativos (e, como no caso de
Araraquara, também na justiça civil), nacionalizando a campanha
contra a repressão na UNESP. Sem retrocessos, é preciso defender
até as últimas consequências as reivindicações e nossos
lutadores! É preciso seguir lutando para exigir a efetivação das
conquistas das mobilizações passadas e a reversão das medidas
punitivas e de todos os processos em andamento! Longe de amedrontar,
as sentenças devem renovar as forças para o combate contra os
inimigos do povo. Se condenam nossos métodos, devemos aprimorá-los,
pois isso nos indica que estamos corretos, pois essas ações são a
melhor expressão da não conciliação entre explorados e
exploradores! Avante!
Nem um passo atrás!
Lutar não é crime! Ousar
lutar, ousar vencer!
É barricada, greve geral, ação
direta que derrota o capital!
Assinam:
Oposição CC ao DCE da UFC (RECC/FOB)
Oposição CCI ao DCE da UnB (RECC/FOB)
Oposição CCA ao DCE da UFG de Goiânia (RECC/FOB)
Oposição CCA ao DCE da UFG de Jataí (RECC/FOB)
Oposição CC ao DCE da UFMS/CG (RECC/FOB)
Oposição CCI ao DCE da UFRRJ (RECC/FOB)
Aliança Classista Sindical (ACS/FOB)
Oposição CCI ao DCE da UnB (RECC/FOB)
Oposição CCA ao DCE da UFG de Goiânia (RECC/FOB)
Oposição CCA ao DCE da UFG de Jataí (RECC/FOB)
Oposição CC ao DCE da UFMS/CG (RECC/FOB)
Oposição CCI ao DCE da UFRRJ (RECC/FOB)
Aliança Classista Sindical (ACS/FOB)
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