quarta-feira, 7 de abril de 2010

Análise - Publicação do AVANTE! Nº 2 Março de 2010

XVIII ENEG: PRIMEIROS PASSOS PARA A RECONSTRUÇÃO DA LUTA E ORGANIZAÇÃO NA GEOGRAFIA



O último Encontro Nacional de Estudantes de Geografia, ocorrido em Janeiro na cidade de Maceió – AL, teve importantes embates políticos. A RECC esteve presente defendendo a necessidade de organizar e armar politicamente o Movimento Estudantil de Geografia (MEGEO) para os desafios e lutas os quais teremos que enfrentar nesse próximo período.

O MEGEO, como analisamos em nosso Manifesto ao ENEG[1], atualmente se encontra desorganizado e burocratizado, pois não existem instrumentos organizativos internos para garantir a democracia de base nem os debates políticos essenciais para avançarmos na luta. O “apartidarismo” direitista, defendido pela atual “gestão participativa” da Confederação Nacional das Entidades dos Estudantes de Geografia (CONEEG), é uma camisa-de-força para perpetuar a despolitização e a apatia que dominam o movimento. Isto ficou claro no último ENEG. De 2.000 estudantes presentes, cerca de apenas 100 participaram das atividades e, no próprio calendário do Encontro, simplesmente não foi garantido espaços para o acúmulo político. Tal fato é resultado de uma concepção errada de Movimento Estudantil, que deve ser combatida de forma veemente pelos lutadores sinceros, pois a desorganização e despolitização servem apenas para facilitar a implementação das políticas neoliberais do Governo Lula contra trabalhadores e estudantes, uma vez que não é capaz de opor resistência!

Mesmo numa conjuntura tão desfavorável, a RECC desde o início do ENEG fez o combate a atual linha da CONEEG, propondo a construção de um Congresso de Base dos Estudantes de Geografia, com eleição de delegados e apresentação de teses. A intenção seria modificar o caráter da participação de hoje que é dominada pelo clima festivo e que em geral só vai quem tem condições financeiras e vontade de curtição, para um caráter de representatividade das bases organizadas. Tal proposta foi defendida também pela Regional Nordeste e deu a tônica da polarização na Plenária Final contra os “apartidários”, que foram contra o congresso, claro. A proposta do Congresso perdeu por menos de 10 votos e representou um primeiro passo na polarização nacional no MEGEO. Na Plenária Final se deliberou também a construção de uma Semana Nacional em Defesa dos Trabalhos de Campo, entre os dias 24 e 28 de maio, momento importante para a mobilização e discussões desde a base.

Nós da RECC acreditamos que desde já se faz necessário constituir uma oposição nacional no MEGEO, com uma linha verdadeiramente anti-governista, combativa e classista, que combata a UNE e os governistas sob todas as suas roupagens (inclusive a “apartidária”!), que denuncie o oportunismo da ANEL/Pstu que reproduz o reformismo/parlamentarismo da UNE e que dispute politicamente a direção do MEGEO no sentido de colocá-lo a serviço das lutas. Por isso fazemos um chamado a todas as entidades e coletivos/oposições de geografia pelo Brasil para organizarem-se na RECC, enquanto pólo de oposição e reorganização do Movimento Estudantil brasileiro. ■
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[1] Disponível no sítio da RECC.

Pelo Congresso Nacional de Base! Construir a Semana Nacional em Defesa dos Trabalhos de Campo! Por uma Ciência Geográfica crítica e a serviço da causa do povo!

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