segunda-feira, 4 de março de 2013

8 de março: dia da mulher trabalhadora

Em 1857, uma greve geral paralisou as atividades de uma indústria têxtil de Nova Iorque por conta das péssimas condições de trabalho a que eram obrigadas a ser submeter um grande número de mulheres. No mesmo ano, no dia 08 de março, a Marcha da Fome contou com a presença majoritária de trabalhadoras reivindicando nas ruas melhores salários e redução da jornada de trabalho para 10 horas. Em 1911, um incêndio numa fábrica de tecidos matou mais de 100 trabalhadoras. Desde então, são realizadas anualmente manifestações nessa data.

A mídia burguesa celebra o 08 de março. Vende presentes e o mito da igualdade de gênero, propaga a imagem da mulher empoderada, em cargos de chefia nos altos postos do capitalismo, como se a força de vontade fosse garantia de sucesso para qualquer mulher.

O feminismo burguês celebra o 08 de março. Transforma a data em festa, cria a ilusão nas migalhas concedidas pelas políticas públicas do Estado em que busca espaço e pauta somente a questão da liberdade sexual, como se isso bastasse para emancipar a todas nós.

Do outro lado, a mulher trabalhadora ainda enfrenta triplas jornadas de trabalho, estudo e tarefas domésticas. Ainda tem dificuldades de ingressar e permanecer no mercado de trabalho, sendo explorada por salários inferiores e sofrendo assédio de seus patrões. São vitimadas por crescentes índices de violência doméstica, estupros e assassinatos.

Para as burguesas e patroas, inimigas do povo, reformas no Estado bastam para garantir seus privilégios. Para elas são convenientes as marchas festivas, as ressignificações e ridicularização do machismo. É também conveniente apagar o histórico de luta combativa das mulheres do povo.

Não podemos permitir que o capitalismo se aproprie de uma data criada para saudar e manter viva a memória das mulheres que lutaram por melhores condições de vida e trabalho para toda sua classe. A luta da mulher trabalhadora não é só contra a opressão de gênero, porque esta é diretamente determinada pela opressão que sofre todo o conjunto da classe trabalhadora pelas mãos da burguesia que vive de nosso trabalho e de nossa miséria.

Sem rosas, sem festa, sem ilusão. Punho cerrado à mulher burguesa, mão estendida à mulher trabalhadora do campo e da cidade.

NEM FEMINISMO BURGUÊS, NEM CLASSISMO MACHISTA! A LUTA DA MULHER FAZ PARTE DA LUTA DO POVO E A LUTA DO POVO FAZ PARTE DA LUTA DA MULHER!

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