quinta-feira, 18 de julho de 2013

DF: Protesto na Abertura da Copa das Confederações

[Brasília] Ato contra os crimes da Copa e em solidariedade aos presos nas lutas contra o aumento reuni milhares na abertura da Copa das Confederações !


 Em pleno sábado (15/06) um grande número de manifestantes se reuniu na rodoviária de Brasília para protestar contra os efeitos dos mega-eventos na vida de nosso povo (remoções de casas populares, exploração dos operários nas obras, despejo de verbas públicas em grandes estádios e determinações da FIFA) e também em solidariedade aos presos políticos das lutas contra o aumento pelo país afora (GO, SP, RJ etc.). A manifestação que reuniu mais de 2.500 pessoas teve como cenário a abertura da Copa das Confederações (e toda sua propaganda ideológica burguesa) e um forte aparato de controle policial-militar pelas ruas e pelos ares da capital. Porém, as péssimas condições de vida do povo, o transporte precário, a repressão como resposta do Estado as reivindicações legítimas de estudantes e trabalhadores, e toda uma conjuntura de lutas demonstraram que é possível resistir a repressão e é possível vencer nossas reivindicações através da força popular.



A manifestação em Brasília teve desde o início que romper instintivamente com as “orientações” dos setores reformistas (PSOL e PT) que buscavam a todo momento convocar os manifestantes a fazer mais uma vez as tradicionais e inofensivas “voltas olímpicas” na esplanada (buscando orientar a manifestação na direção oposta a do Estádio). Porém, os reformistas perderam no início da manifestação, mas durante todo o trajeto buscavam paralisar a marcha frente as barreiras policiais e as grades que dificultavam a chegada ao Estádio. Os manifestantes romperam cerca de três barreiras para conseguirem chegar ao Estádio, porém, em uma das últimas barreiras os pelegos do PT e PSOL instalaram uma “assembleia” na frente da barreira policial e da tropa de choque para decidir o que fazer (Inocência ou oportunismo? A segunda opção é claro!). Com falas que buscavam amedrontar os manifestantes, os pelegos estavam propondo não avançar em direção ao Estádio. Porém, foram mais uma vez atropelados pela marcha que decidiu enfrentar a barreira policial e conseguiu ultrapassá-la sem confronto.

Porém, com a chegada ao Estádio o ato foi aos poucos se perdendo e dispersando em uma falta de informação em relação aos objetivos do ato. O método de convocação de manifestações pelo facebook, sem preparação e debates prévios, demonstrava naquele momento algumas de suas insuficiências: não haviam panfletos para distribuir aos ingressantes no Estádio, não havia disposição para ocupar o Estádio, e tampouco havia claro qual seriam os principais objetivos na porta do Estádio. Enquanto os partidos e grupos reformistas propagavam o pacifismo mais irresponsável possível (porque é contrário ao legítimo direito de autodefesa das massas), as forças de repressão do Estado estavam prontas para exercer seu “profissionalismo” contra o povo. Em diversos momentos no Estádio, a manifestação se viu praticamente cercada por policiais da tropa de choque, cavalaria, bope.

No final do ato uma repressão policial violenta baixou sobre os manifestantes. A polícia cumprindo ordens superiores atacou com balas de borracha, gás lacrimogêneo, spray de pimenta, ferindo uma série de camaradas e prendendo diversos outros. O saldo final foram 33 pessoas presas (dentre este 10 menores de idade) e cerca de 40 pessoas feridas. As “orientações” (ou melhor, ilusões!) pacifistas de “sentar no chão” frente ao avanço da tropa de choque, jogar flores nos policiais e/ou tentar “convencer” policiais de que eles deveriam estar do nosso lado, desarmaram pela auto-ilusão os manifestantes sobre o verdadeiro caráter e natureza da repressão policial-estatal! Desarmaram psicologicamente (pois muitos se “surpreenderam” com a repressão) e politicamente (pois muitos não se preparam para uma defesa efetiva da coletividade), preparando o pior dos cenário para uma manifestação que enfrentava ao aparato repressivo no abertura da Copa das Confederações.

Compreender o papel da polícia em nossa sociedade (de defesa do Estado e da burguesia, portanto da propriedade privada) é o primeiro passo para nós enfrentarmos de frente os principais desafios da luta popular hoje no Brasil. Entender que o papel nefasto dos pacifistas e legalistas que pretendem conquistar o apoio da “opinião pública” através da mídia e de atos inofensivos e ordeiros reforçam na verdade o discurso repressivo “contra os vândalos” e cria as condições para a pior das práticas: a delação! Contraditoriamente, os pacifistas acabam comprando gato por lebre, pois no afã da “paz” contribuem com a única instituição na sociedade que detém o monopólio da violência: a polícia. A busca de certos oportunistas de isolar e identificar os “vândalos” é a prática mais nojenta de um delator (ou seja, um serviçal da repressão policial)! É importante alertar os militantes sinceros para o combate a essas práticas nefastas que só visam dividir e criam desconfiança em nosso movimento. Que venham os próximos atos, e que sejamos mais organizados e combativos do que nunca!




Avante a luta contra a repressão e criminalização dos movimentos populares!
Liberdade aos presos políticos e pela retirada dos processos!
 Derrubar na força os aumentos de passagem e os megaprojetos do Governo e da burguesia!

Nenhum comentário: