Um passo a frente na construção do Movimento Estudantil
Combativo.
Entre os dias
27 de Abril a 1° de Maio de 2013, ocorreu na UnB (Universidade de Brasília) o I
ERECS (Encontro Regional de Estudantes de Ciências Sociais) Centro Oeste. O evento
contou com a participação dos estudantes e dos centros acadêmicos das
principais universidades federais da Região: UnB (CASO), UFMT (CACIS), UFG
Goiânia e Catalão (CACS), UFMS (CACISO) e observadores de outras localidades. Com
a Temática: “Conflitos Urbanos e Rurais”, o encontro visou se debruçar sobre as
principais contradições de classe presentes na região e armar os estudantes de
ciências sociais de uma Coordenação capaz de fazer frente aos desafios colocados
pela luta.
A RECC,
através do Coletivo LutaSociais e seus militantes atuantes nos centros
acadêmicos da região, ajudou a impulsionar o encontro tendo em vista que o
movimento de curso cumpre um papel estratégico na reorganização do Movimento
Estudantil Classista e Combativo no brasil, potencial este paralisado ou colocado
em segundo plano pelos partidos reformistas (PT, PSOL e PSTU).
A partir do
debate acumulado nas mesas foram deliberadas centralmente 3 Campanhas de Luta. Frente
à escalada de repressão ao ME presenciado na UnB, UFMT dentre outras
universidades, foi encaminhada a campanha: 1) Contra a Criminalização do ME. Em
relação aos Mega-eventos e os projetos neodesenvolvimentistas que vem se
constituindo em ataques diretos aos povos do campo e trabalhadores pobres da
cidade, foi encaminhada a campanha: 2) Contra as remoções e super-exploração do
trabalho gerado pelos mega-eventos. E por fim, dado ao acúmulo sobre a
necessidade de reconstruir mais do que nunca um movimento feminista proletário,
visando atender as necessidades das estudantes-trabalhadoras, foi deliberada a
terceira campanha: 3) Creches Públicas nas Universidades.
Além disso, bandeiras
fundamentais foram levantadas, como por exemplo: “Contra nova reforma do ensino
médio” que vem para precarizar o trabalho dos professores (destino de muitos
formados em nosso curso) e avançar na privatização via convênios com o Sistema
S. Outra bandeira fundamental foi a defesa da Entrada Única (Ciências Sociais)
e Saída Múltipla (antropologia, sociologia, ciência política em bacharel e
licenciatura) visando o combate a fragmentação do Curso de Ciências Sociais e a
possibilidade de formação em todo os âmbitos sem a necessidade de se realizar
outro vestibular. Foram criados também GT’s: de a) Opressões, de b) Questão da
terra no campo e na cidade e c) Políticas Educacionais.
Frente a estas
tarefas, um dos passos mais importantes foi sem dúvida a criação da CRECS
(Coordenação Regional dos Estudantes de Ciências Sociais) do Centro Oeste, numa
conjuntura em que a mais de 8 anos os estudantes não se reuniam regionalmente[1]. Entres os princípios da Coordenação estão à
ação direta estudantil, o classismo e o repúdio as entidades que hoje prestam
um desserviço ao Movimento Estudantil: UNE e ANEL. O formato da organização
também é um avanço para os estudantes garantindo a participação de todas as
escolas numa coordenação executiva regional e tendo por pressuposto nos
Encontros Regionais (ERECS) a eleição de delegados em assembléia prévia ao
Encontro, fazendo com que a discussão obrigatoriamente perpasse em cada base.
A região
centro-oeste segue sendo o epicentro de um dos principais conflitos de classe
no Brasil, entre os povos indígenas e camponeses contra a burguesia rural, que
ao lado do Governo Dilma vem avançando violentamente na política de expansão do
agronegócio. Faz se hoje de importância capital a construção de espaços de
unidade e campanhas de solidariedade entre as lutas dos trabalhadores e
estudantes do campo e da cidade. Para tanto a questão agrária foi muito
debatida no encontro, bandeiras foram levantadas e uma visita de campo foi
realizada a um acampamento do MST, onde apesar da capitulação crescente da
direção do movimento, foi percebida a forte combatividade e solidariedade da
base.
Ao fim deste I
ERECS fica o exemplo de organização e perseverança dos estudantes de ciências
sociais do centro oeste na reconstrução de um movimento estudantil combativo. O
Coletivo LutaSociais/RECC saúda a iniciativa e chama outros estudantes
brasileiros a seguirem este exemplo de luta, construindo em cada escola CA’s
democráticos e anti-governistas, transformando suas organizações regionais em
efetivos mecanismo de luta e pautando no próximo 28° ENECS (Encontro Nacional
de Estudantes de Ciências Sociais) que ANECS saia da paralisia e desenvolva um
combate efetivo as políticas do Governo Dilma de ataque a educação e aos
direitos do povo.
Viva a CRECS!
Una-se ao
Coletivo LutaSociais/RECC!
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