1964-2014: 50 anos do golpe militar no Brasil!
No
dia 1º de abril de 1964 ocorreu no Brasil um golpe militar, que deu
início a um dos período mais sangrentos da nossa história. Marcado
pela ampla repressão, torturas, assassinatos e desaparecimento de
diversas pessoas, a ditadura civil-militar durou 25 anos, e contou
com o apoio dos setores dominantes da sociedade, a burguesia nacional
e internacional.
Após
a ação dos militares na tomada do governo, o PCB (Partido Comunista
Brasileiro), maior organização da esquerda no período, não
preparou nenhuma resistência ao golpe, optando pela linha legalista
de disputa ao governo para a transformação da sociedade. Ou seja, o
“partidão” decidiu não interferir no golpe, o que acarretou em
diversas dissidências em seu interior, e o resultado foi a criação
de várias organizações, por trabalhadores e estudantes, que
entenderam que somente através da luta combativa e armada a ditadura
poderia ser derrubada.
Neste
ano, completam-se 50 anos do golpe. Após tanto tempo, muitos que
lutaram bravamente contra a ditadura ainda continuam desaparecidos,
mas não em nossas memórias. Não devemos esquecer tais ataques
contra o povo, à aqueles que deram suas vidas na batalha contra a
ditadura. Os militares preparam sua comemoração ao que denominam
(falsamente) “revolução de 64”, o povo deve dar a resposta,
demonstrando que, do golpe à atualidade, os trabalhadores ainda não
tiveram sua vitória e seguimos na luta para conquistá-la! A
lembrança dos combatentes e organizações deve ser encarada não
apenas como memória, mas como exemplo da necessidade da luta
combativa em nossos dias!
O
28 de Março: Dia de Luta dos Estudantes!
Relembrar
que há 46 anos, no dia 28 de março de 1968, no Rio de Janeiro, era
assassinado a tiros pela ditadura o estudante secundarista Edson
Luís, durante uma manifestação estudantil por melhorias no
restaurante central dos estudantes, Calabouço, é relembrar que o
Estado brasileiro desde essa época tratava a educação pública de
maneira parecida como trata hoje em dia, por uma lógica
mercadológica. Ou seja, que estrutura a educação para as
necessidades do mercado, da classe burguesa e não para uma educação
que torne os estudantes conscientes e lhes dê autonomia enquanto
seres humanos. E é por isso e por outras pautas importantes que
Edson Luís e tantos outros estudantes daqueles anos lutaram, por uma
educação pública e de qualidade.
Por
um lado a Ditadura civil-militar no Brasil procurou adequar a
educação de acordo com as vontades dos poderosos, assim
transformando a educação em formação de mão-de-obra domesticada
para o mercado, que aprenderia o máximo de conhecimento técnico –
assim como vemos hoje em dia em programas aprovados pelos governos
Lula/Dilma como o Prouni e o Pronatec, que além de repassarem verba
pública para a educação privada não prezam por um conhecimento
crítico. Por outro, tratou de reprimir as diversas manifestações
combativas contra o governo autoritário dos militares, movidas por
milhares de estudantes em várias cidades brasileiras que não
concordavam nem aceitavam tais medidas, uma vez que acreditavam,
assim como muitos hoje, que a educação deve servir a uma formação
crítica que dê condições aos estudantes de terem posturas frente
a realidade que nos cerca.
A
repressão às lutas populares nos dias de hoje
Se
a ditadura civil-militar declarada e aberta acabou, não acabou a
ditadura velada da burguesia brasileira aliada às elites
internacionais. Assim como atacava as manifestações de estudantes
naqueles anos, hoje ainda reprime e ataca aqueles que ousam discordar
e enfrentar medidas que precarizam as condições de vida da classe
trabalhadora, do campo e da cidade, dos estudantes trabalhadores.
Temos hoje um cenário de lutas espalhadas pelo Brasil, que engloba
tanto estudantes em luta pelo passe-livre e por uma educação digna,
como trabalhadores precarizados e moradores das mais variadas
periferias em luta por um transporte público e de qualidade, por
melhores condições de moradia, saúde e trabalho.
As
manifestações de junho de 2013 demonstraram que o povo nem está
acomodado com a situação atual, nem deixou de sofrer a repressão
de um Estado autoritário e violento por natureza. Muitos dos métodos
de repressão da Ditadura de 1964-1989 ainda são vigentes,
principalmente nas manifestações, usando desde as tradicionais
bombas de gás e de efeito moral até armas de fogo, como foi o caso
do RJ, bem como sequestros e assassinatos, como foi o caso do
pedreiro Amarildo no RJ e do auxiliar de serviços gerais Antônio de
Araújo no DF e as perseguições e prisões feitas após protestos
como foi o caso dos militantes do MTST em Brasília. Dessa forma
presenciamos a tentativa da polícia, servindo fielmente aos donos do
poder, de “abafar” o grito do povo trabalhador que denunciou as
contradições deste sistema, de um Estado que precariza
deliberadamente os serviços públicos (para depois privatizá-los!),
mas tem dinheiro de sobra para produzir os megaeventos como a Copa do
Mundo, que servem apenas para a Burguesia nacional aliada às grandes
elites mundiais acumularem cada vez mais. Assim como os trabalhadores
e estudantes do povo não se calaram e enfrentaram a ditadura, temos
o dever de lutar também e nos defender este ano! A luta segue!
Resistiremos outra vez! ■
O
CAPUZ É O ROSTO DE UM POVO QUE LUTA!
EM
MEMÓRIA E JUSTIÇA AOS MORTOS PELA DITADURA! NÃO ESQUECEMOS NEM
PERDOAMOS!
Nenhum comentário:
Postar um comentário