quarta-feira, 5 de março de 2014

DITADURA NUNCA MAIS!

1964-2014: 50 anos do golpe militar no Brasil!


No dia 1º de abril de 1964 ocorreu no Brasil um golpe militar, que deu início a um dos período mais sangrentos da nossa história. Marcado pela ampla repressão, torturas, assassinatos e desaparecimento de diversas pessoas, a ditadura civil-militar durou 25 anos, e contou com o apoio dos setores dominantes da sociedade, a burguesia nacional e internacional.
Após a ação dos militares na tomada do governo, o PCB (Partido Comunista Brasileiro), maior organização da esquerda no período, não preparou nenhuma resistência ao golpe, optando pela linha legalista de disputa ao governo para a transformação da sociedade. Ou seja, o “partidão” decidiu não interferir no golpe, o que acarretou em diversas dissidências em seu interior, e o resultado foi a criação de várias organizações, por trabalhadores e estudantes, que entenderam que somente através da luta combativa e armada a ditadura poderia ser derrubada.

Neste ano, completam-se 50 anos do golpe. Após tanto tempo, muitos que lutaram bravamente contra a ditadura ainda continuam desaparecidos, mas não em nossas memórias. Não devemos esquecer tais ataques contra o povo, à aqueles que deram suas vidas na batalha contra a ditadura. Os militares preparam sua comemoração ao que denominam (falsamente) “revolução de 64”, o povo deve dar a resposta, demonstrando que, do golpe à atualidade, os trabalhadores ainda não tiveram sua vitória e seguimos na luta para conquistá-la! A lembrança dos combatentes e organizações deve ser encarada não apenas como memória, mas como exemplo da necessidade da luta combativa em nossos dias!
O 28 de Março: Dia de Luta dos Estudantes!
Relembrar que há 46 anos, no dia 28 de março de 1968, no Rio de Janeiro, era assassinado a tiros pela ditadura o estudante secundarista Edson Luís, durante uma manifestação estudantil por melhorias no restaurante central dos estudantes, Calabouço, é relembrar que o Estado brasileiro desde essa época tratava a educação pública de maneira parecida como trata hoje em dia, por uma lógica mercadológica. Ou seja, que estrutura a educação para as necessidades do mercado, da classe burguesa e não para uma educação que torne os estudantes conscientes e lhes dê autonomia enquanto seres humanos. E é por isso e por outras pautas importantes que Edson Luís e tantos outros estudantes daqueles anos lutaram, por uma educação pública e de qualidade.
Por um lado a Ditadura civil-militar no Brasil procurou adequar a educação de acordo com as vontades dos poderosos, assim transformando a educação em formação de mão-de-obra domesticada para o mercado, que aprenderia o máximo de conhecimento técnico – assim como vemos hoje em dia em programas aprovados pelos governos Lula/Dilma como o Prouni e o Pronatec, que além de repassarem verba pública para a educação privada não prezam por um conhecimento crítico. Por outro, tratou de reprimir as diversas manifestações combativas contra o governo autoritário dos militares, movidas por milhares de estudantes em várias cidades brasileiras que não concordavam nem aceitavam tais medidas, uma vez que acreditavam, assim como muitos hoje, que a educação deve servir a uma formação crítica que dê condições aos estudantes de terem posturas frente a realidade que nos cerca. 
A repressão às lutas populares nos dias de hoje
Se a ditadura civil-militar declarada e aberta acabou, não acabou a ditadura velada da burguesia brasileira aliada às elites internacionais. Assim como atacava as manifestações de estudantes naqueles anos, hoje ainda reprime e ataca aqueles que ousam discordar e enfrentar medidas que precarizam as condições de vida da classe trabalhadora, do campo e da cidade, dos estudantes trabalhadores. Temos hoje um cenário de lutas espalhadas pelo Brasil, que engloba tanto estudantes em luta pelo passe-livre e por uma educação digna, como trabalhadores precarizados e moradores das mais variadas periferias em luta por um transporte público e de qualidade, por melhores condições de moradia, saúde e trabalho.
As manifestações de junho de 2013 demonstraram que o povo nem está acomodado com a situação atual, nem deixou de sofrer a repressão de um Estado autoritário e violento por natureza. Muitos dos métodos de repressão da Ditadura de 1964-1989 ainda são vigentes, principalmente nas manifestações, usando desde as tradicionais bombas de gás e de efeito moral até armas de fogo, como foi o caso do RJ, bem como sequestros e assassinatos, como foi o caso do pedreiro Amarildo no RJ e do auxiliar de serviços gerais Antônio de Araújo no DF e as perseguições e prisões feitas após protestos como foi o caso dos militantes do MTST em Brasília. Dessa forma presenciamos a tentativa da polícia, servindo fielmente aos donos do poder, de “abafar” o grito do povo trabalhador que denunciou as contradições deste sistema, de um Estado que precariza deliberadamente os serviços públicos (para depois privatizá-los!), mas tem dinheiro de sobra para produzir os megaeventos como a Copa do Mundo, que servem apenas para a Burguesia nacional aliada às grandes elites mundiais acumularem cada vez mais. Assim como os trabalhadores e estudantes do povo não se calaram e enfrentaram a ditadura, temos o dever de lutar também e nos defender este ano! A luta segue! Resistiremos outra vez!

O CAPUZ É O ROSTO DE UM POVO QUE LUTA!
EM MEMÓRIA E JUSTIÇA AOS MORTOS PELA DITADURA! NÃO ESQUECEMOS NEM PERDOAMOS!

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