Os Megaeventos e a exploração do corpo da mulher
Cotidianamente
vemos as barbáries desencadeadas pelos megaeventos e legitimadas de
todas as formas pelo braço forte e leal da burguesia, o Estado.
Acompanhamos, nos últimos meses, a arbitrariedade e a criminalização
dos movimentos sociais de luta que ousaram se levantar contra toda e
qualquer opressão imposta.
Assim
como a construção de novos estádios, remoções e gentrificação
da cidade, outro produto é explorado e oferecido no pacote FIFA: o
corpo da mulher. Está posto que os megaeventos mundiais, Copa do
Mundo e Olimpíadas, trazem uma quantidade altamente considerável de
turistas que vêm atrás de diversão, espetacularização da
brasilidade e do corpo da mulher miscigenada.
É
preciso entender o turismo sexual como negócio extremamente
exploratório/degradante para a mulher e lucrativo para o
agenciador-cafetão. Como atividade econômica altamente rentável
aos exploradores, o turismo sexual envolve um grau de organização e
detalhamento tal qual uma agência tradicional de viagens e turismo
onde o turista compra o pacote de estadia com uma acompanhante
inclusa.
Faz-se
necessário revelar a conivência da hotelaria burguesa (5 estrelas)
com as práticas de prostituição. Na tentativa de agradar o
hóspede, caros e famosos hotéis oferecem catálogos onde mulheres
são expostas à venda, e assim fecham os olhos para um problema
social grave, que é a prostituição.
Além
dessas questões, o turismo sexual revela lados ainda mais duros e
cruéis como: o tráfico de mulheres, exploração sexual infantil e
marginalização das travestis e mulheres transgênero.
Dos
países da América do sul, o Brasil é hoje o Estado com maior
número de mulheres traficadas para fins sexuais. Muitas vezes,
mulheres originárias de cidades muito pobres do interior são
enganadas com a promessa de uma vida melhor. Várias já conhecem
desde cedo a rotina da exploração de seus corpos: drogas e
trabalhos de até 10, 12 horas por dia.
Medidas
governistas e débeis de combate à prostituição através de
cartilhas, e projetos paragovernistas de lei que colocam a
prostituição como um micronegócio, só legitimam a farsa burguesa
da emancipação da mulher. A mercantilização do corpo e da
sexualidade da mulher cisgênero e transgênero alimenta o bolso da
grande burguesia e de muitas mulheres, que ao explorarem suas
“companheiras”, tornam-se inimigas de classe.
A
emancipação da mulher virá por ela mesma e pela via classista.
Cabe a todas as mulheres trabalhadoras lutar lado a lado para a
emancipação de todas as frações da classe proletária! É preciso
solidarizar-se às prostitutas e combater todas as formas de
sobrevivência precária! ■
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